IPCA sobe 0,21% em junho; expectativas eram de +0,34%

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São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,21% em junho na comparação com maio, desacelerando-se em relação à alta apurada no período imediatamente anterior (0,46%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, de +0,34%, conforme o Termômetro CMA.

Com isso, o IPCA acumulou alta de 4,23% em 12 meses até junho, também abaixo das estimativas de +4,34%, ainda segundo o Termômetro CMA.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. O maior impacto veio de Alimentação e bebidas (0,44%), com 0,10 p.p. de contribuição. Já a maior variação veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,54% e 0,07 p.p. de contribuição. Por sua vez, Transportes registrou queda de 0,19%, após subir 0,44% em maio. Os demais grupos ficaram entre o -0,08% de Comunicação e o 0,29% de Despesas Pessoais.

Em Alimentação e bebidas (0,44%), a alimentação no domicílio desacelerou de 0,66% em maio para 0,47% em junho. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

A alimentação fora do domicílio (0,37%) registrou variação menos intensa na comparação com o mês anterior (0,50%). Os subitens lanche e refeição desaceleraram: de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,54%) foi influenciado pelos perfumes, que subiram 1,69%. A alta dos planos de saúde (0,37%) decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Desse modo, no IPCA de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho.

No grupo Habitação (0,25%), a alta da taxa de água e esgoto (1,13%) acontece após reajustes tarifários de 9,85% em Brasília (9,19%), a partir de 1º de junho; de 6,94% em São Paulo (2,05%), a partir de 10 de maio; e de 2,95% em Curitiba (1,61%), a partir de 17 de maio. No subitem gás encanado (-0,49%), o resultado do Rio de Janeiro (-1,61%) decorre de redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho.

Ainda em Habitação, a alta da energia elétrica residencial (0,30% e 0,01 p.p.) foi influenciada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte (5,98%), a partir de 28 de maio.

No grupo Transportes (-0,19%), houve queda na passagem aérea (-9,88% e -0,06 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,54%), o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) tiveram recuo de preços, enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.

Regionalmente, a maior variação ocorreu em Goiânia (0,50%), influenciada pelas altas do etanol (5,19%) e da gasolina (2,86%). Por outro lado, a menor variação ocorreu em Porto Alegre (-0,14%), por conta dos recuos na passagem aérea (-9,62%) e no gás de botijão (-5,02%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de maio a 28 de junho de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 1º de maio a 29 de maio de 2024 (base). O indicador se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.