IPCA sobe 0,56% em outubro; expectativas eram de +0,54%

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Crédito: Pixabay

São Paulo, 8 de novembro de 2024 – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,56% em outubro na comparação com setembro, acelerando em relação à alta apurada no período imediatamente anterior (0,44%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou minimamente acima das expectativas do mercado financeiro, de +0,54%, conforme o Termômetro Safras.

Com isso, o IPCA acumulou alta de 4,76% em 12 meses até outubro, também acima das estimativas de +4,73%, ainda segundo o Termômetro Safras.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram maior influência nos resultados de outubro: Habitação (1,49%) e Alimentação e bebidas (1,06%), com contribuição de 0,23 p.p. cada. Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,38% de Transportes e a alta de 0,70% de Despesas Pessoais.

No grupo Habitação (1,49%), o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (4,74%), com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$7,877 a cada 100 kwh consumidos, a partir de 1º de outubro. Além disso, foram verificados os seguintes reajustes tarifários: Goiânia (9,62%), com reajuste de 4,97% a partir de 22 de outubro; Brasília (5,49%), com redução de 2,98% a partir de 22 de outubro; e São Paulo (6,00%), com redução de 2,88% em uma das concessionárias a partir de 23 de outubro.

Em Alimentação e bebidas (1,06%), a alimentação no domicílio passou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro. Foram observados aumentos nos preços das carnes (5,81%), com destaque para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).

A alimentação fora do domicílio (0,65%) registrou variação superior à do mês anterior (0,34%). O subitem refeição acelerou de 0,18% em setembro para 0,53% em outubro, enquanto o lanche acelerou de 0,67% para 0,88%.

No grupo Transportes (-0,38% e -0,08 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pelas passagens aéreas (-11,50% e -0,07 p.p.). Trem (-4,80%), metrô (-4,63%), ônibus urbano (-3,51%) e integração transporte público (-3,04%) contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência das gratuidades concedidas à população nos dias das eleições municipais. Em relação aos combustíveis (-0,17%), houve queda no etanol (-0,56%), no óleo diesel (-0,20%) e na gasolina (-0,13%), enquanto o gás veicular (0,48%) registrou alta.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,38%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro.

Regionalmente, a maior variação ocorreu em Goiânia (0,80%), influenciada pela alta da energia elétrica residencial (9,62%) e do contrafilé (6,53%). Por outro lado, a menor variação ocorreu em Aracaju (0,11%), por conta dos recuos da gasolina (-2,88%) e do ônibus urbano (-6,22%).