PROTEINAS: BBA mantém visão positiva para JBS e Minerva e recomendação neutra de BRF e Marfrig
São Paulo – O Itaú BBA divulgou relatório sobre o setor de proteínas, mantendo visão construtiva sobre a JBS (JBS3) com classificação outperform, equivalente à compra, e preço-alvo de R$ 54, e para Minerva (BEEF3), com mesma classificação e preço-alvo de R$ 20. Manteve ainda, classificação market perform, equivalente a neutra para BRF (BRF3) e preço-alvo de R$ 17 e para Marfrig (MRFG3) com preço-alvo de R$26.
Isso porque segundo os analistas do BBA, os dados dos EUA desta semana mostraram outra melhoria sequencial nos spreads. “Diferentemente da semana passada, quando a melhora veio da redução dos custos dos grãos para ração, desta vez a variação positiva foi puxada pelos preços do frango, que subiram 1% após 25 semanas consecutivas de queda.” O BBA descarta quaisquer impactos significativos para a JBScom uma possível proibição da UE às exportações de carne bovina brasileira para a região, já que o impacto potencial no ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa deve representar menos de 0,5%.
Essa restrição da UE deve ter impacto nas finanças da Minerva, ainda que limitado, diz o BBA. Os analistas notaram que os investidores estão ficando cautelosos com uma possível proibição da UE às exportações brasileiras para a região devido a possíveis laços entre empresas de carne bovina e o desmatamento na Amazônia. “Segundo nossos cálculos, as exportações brasileiras para a UE representaram aproximadamente 2% do faturamento da empresa nos últimos 12 meses e a Minerva, como uma empresa geograficamente diversificada, poderia reestruturar sua plataforma de exportação para mitigar os impactos decorrentes da proibição.”
No caso da BRF, os analistas enxergam indícios de um trimestre fraco. O preço dos papéis da empresa retraiu 17% nos últimos cinco dias, o que os analistas atribuem a um ambiente de consumo difícil no Brasil, que pode prejudicar a esperada recuperação da operação doméstica da empresa. “Embora a avaliação pareça descontada, permaneceríamos cautelosos com o momento no curto prazo, uma vez que a operação internacional pode sentir o impacto de volumes menores”, diz o BBA, que lembra que os dados da SECEX registraram mais uma semana de volumes mais fracos em comparação com o ano passado e o mês passado.
Quanto à Marfrig a postura é cautelosa quanto à alavancagem da companhia nos próximos anos, dada a falta de clareza sobre as expectativas futuras de margens. “Com relação ao possível banimento da UE, não esperamos impactos significativos nos resultados da empresa, já que as exportações para a região representam menos de 1,5% da receita consolidada da empresa e podem ser mitigadas com o redirecionamento das exportações para outras regiões, dado o aperto global abastecimento nos próximos anos.”