São Paulo – Após as eleições presidenciais, as discussões do setor bancário no Brasil começarão a incluir o que pode acontecer em termos de políticas fiscais e de crédito público, com a expectativa de que os bancos públicos desempenhem um papel significativo no próximo governo.
A história sugere que essa ferramenta é usada com mais intensidade quando as contas fiscais estão apertadas, como está previsto para 2023, aponta o Itaú BBA, citando que os três principais bancos públicos têm excesso de capital regulatório.
“Admitindo-se a necessidade de financiamento, os próprios índices de Basileia são suficientes para um crédito adicional de cerca de R$ 2 trilhões”, comentam os analistas, em relatório.
Diante dessas informações, o Itaú BBA estima como um efeito secundário de contas fiscais mais apertadas poderia ser uma tributação mais alta para o sistema financeiro. “Ainda há muitas peças em movimento, mas, por enquanto, o lado bancos e crédito de nossa cobertura provavelmente terá uma camada adicional de incerteza política. Essas nuvens se somam à nossa visão já cautelosa de ganhos com pior qualidade de crédito e spreads.”
Com isso, o Itaú BBA mantém a visão cautelosa com bancos e ações de crédito como um todo, e mantém as recomendações neutras em Bradesco (recém rebaixado) e BTG Pactual e venda em Santander Brasil e Nubank como desempenho inferior. Sobre o banco de investimentos, a análise cita que o BTG preocupa com altas avaliações em meio a riscos para crédito corporativo.
No lado positivo está o Banco do Brasil e a B3. “Estamos em um modo de espera para avaliar nosso rating de compra no Banco do Brasil e temos mais certeza de que seus ganhos no segundo semetre de 2022 e 2023 serão melhores do que os de outros bancos, do que temos total visibilidade das políticas de bancos públicos. Se a incerteza política desaparecer, é aqui que a avaliação estará mais positiva”, dizem.
Já a B3 é a principal escolha nas finanças gerais de grande capitalização, com recomendação de compra pelo Itaú BBA.