Itaúsa soma R$ 3,6 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 32,9%

628

São Paulo – O lucro líquido recorrente da Itaúsa, que exclui itens extraordinários e considera as participações nas subsidiárias Itaú Unibanco, XP Inc., Alpargatas, Dexco (ex-Duratex), Copa Energia, NTS, Aegea e CCR (a holding passou a reconhecer os resultados da companhia a partir de setembro), foi de R$ 3,553 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 32,9% na comparação com igual período do ano passado.

O resultado foi afetado por eventos não recorrentes, que totalizaram efeito positivo de R$ 2 milhões no 3T22. Na Itaúsa, houve recebimento de earn-out relativo à venda da Elekeiroz. No Itaú Unibanco, o principal efeito foi o impacto positivo relativo à majoração da alíquota de CSLL, enquanto na Dexco, o resultado da LD Celulose, ainda em fase de ramp-up no 2T22, foi o principal evento não recorrente, informou a companhia, em seu relatório trimestral.

O lucro líquido, com efeitos não recorrentes e da participação das outras empresas do conglomerado, subiu 50,6% no período e totalizou R$ 3,555 bilhões, na mesma base de comparação, em função do melhor resultado proveniente das empresas investidas (Itaú Unibanco e NTS, principalmente), bem como do ganho de capital com a alienação de ações da XP Inc. realizada em julho.

Em setembro, a Itaúsa concluiu a aquisição de 10,33% de participação na CCR, com investimento total de R$ 2,9 bilhões. Adicionalmente, no ano, foram alienadas 41 milhões de ações da XP Inc., pelo valor total de R$ 4,6 bilhões, reduzindo a participação da Itaúsa para 6,39% do capital total da XP, com impacto positivo no resultado da holding de R$ 1,2 bilhão no 1T22, R$ 314 milhões no 3T22 e R$ 980 milhões (estimado) no 4T22, líquidos de impostos.

O resultado recorrente proveniente das empresas investidas, refletido na Itaúsa no 3T22, foi de R$ 3.599 milhões, aumento de 28% em relação ao 3T21, refletindo o melhor desempenho de suas empresas investidas, conforme comentado a seguir.

O Itaú Unibanco reportou melhora no mix de receitas com avanço em margem financeira com clientes, receita de serviços e de seguros, as quais foram parcialmente compensadas, por maior despesa com perdas esperadas em operações de crédito e maiores despesas não decorrentes de juros em função, principalmente, dos impactos com dissídio coletivo.

A Alpargatas teve incremento de receita e Dexco apresentou receita estável, quando comparado com o 3T21, com destaque para a efetividade de implementação de suas políticas comerciais, que compensaram parcialmente a desaceleração de demanda e a forte pressão inflacionária e alta dos juros. A Alpargatas apresentou crescimento de receita líquida explicado, principalmente, pelo posicionamento estratégico de RGM (Revenue Growth Management), tendo um trimestre impactado por queda na demanda, pressão nos custos de alguns insumos, bem como pelo resultado negativo da equivalência patrimonial da Rothys, com reflexo em redução de margens e lucro líquido.

A Dexco reportou receita estável no período, como resultado da política comercial praticada, que mitigou parcialmente a queda na demanda, o aumento de custos de alguns insumos e de despesas financeiras, frutos da pressão inflacionária e consequente alta dos juros.

Os resultados do investimento na NTS, registrados pela Itaúsa como ativo financeiro, foram positivamente impactados, principalmente, pelo ganho decorrente da avaliação periódica do valor justo do ativo, como resultado de revisões de premissas para melhor refletir o cenário macroeconômico e a modelagem do negócio.

Já a Copa Energia apresentou forte crescimento de EBITDA e lucro, em função, principalmente, da implementação de estratégia comercial e redução de custos.

A Aegea reportou no 3T22 crescimento de receita e EBITDA, refletindo o maior volume faturado e maior receita decontraprestação das concessões, além do impacto positivo da entrada em operação das SPEs Águas do Rio 1 e 4 no 4T21.

A CCR, que passou a ter seus resultados reconhecidos pela Itaúsa a partir de setembro de 2022 pelo método de equivalência patrimonial, apresentou no trimestre incremento de receita líquida, EBITDA e lucro líquido, impulsionados principalmente pelo melhor desempenho operacional em todos os modais, reflexo do crescimento do volume do tráfego de veículos e passageiros.

Adicionalmente, os resultados da XP Inc., que são reconhecidos pela Itaúsa pelo método de equivalência patrimonial, também contribuíram positivamente para o resultado da Companhia no período.

No 3T22, o ROE sobre PL médio e ROE recorrente sobre PL médio alcançaram 20,6% e 20,5%, altas de 5,3 e 3,2 pontos percentuais (pp). No acumulado do ano, os indicadores foram 20,5% e 20,6%, 2,5 pp e 2,9 pp acima dos registrados um ano antes.

A alavancagem da Companhia em 30.09.2022 era de 7,0% (dívida líquida de R$ 5,8 bilhões sobre o passivo total + patrimônio líquido de R$ 82,6 bilhões).

A companhia ressalta que as ações da XP Inc. detidas pela Itaúsa, cujo valor de mercado na data-base de 30.09.2022 era de R$ 5,9 bilhões, representando uma importante fonte de liquidez, dada a decisão estratégica já anunciada pela Itaúsa de alienação dessa participação.

Considerado tal valor como posição de caixa, a companhia apresentaria caixa líquido de R$ 95 milhões.

Juros sobre o capital próprio

O conselho de administração da Itaúsa, reunido em 10.11.2022, deliberou declarar juros sobre o capital próprio no valor de R$ 425 milhões, ou R$ 0,05154 por ação, que serão pagos até 29 de dezembro de 2023 com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,043809 por ação, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos.

Esses juros terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 18.11.2022 e serão imputados ao valor do dividendo do exercício de 2022.