São Paulo – A JBS se recusou a comentar o pedido de investigação feito por parlamentares dos EUA e Europa em Washington contra práticas anticomerciais, antimonopólio e ambientais contra o frigorífico JBS, considerado o maior da América Latina, em resposta a pedido feito pela reportagem da Agência CMA.
Para Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, o impacto da notícia é negativo para a companhia. “Além de potencial dano à imagem, a investigação, caso concretizada, deve pressionar os papéis em virtude das incertezas geradas em relação as expectativas dos desdobramentos”, avalia.
Os parlamentares pediram aos governos de seus países que investiguem o frigorífico por conta de práticas anticomerciais, antimonopólio e sobre como a empresa lida com o meio ambiente, em documento assinado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob Menéndez; o legislador britânico Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins.
Segundo os autores da proposta, a JBS teria aumentado os preços de seus produtos aos consumidores e reduzido o valor pago aos produtores. Eles também questionam como os fundadores da JBS, os empresários Joesley e Wesley Batista, que já foram processados por usar informações privilegiadas no mercado financeiro, continuem a ser acionistas majoritários da empresa.
“Na última década, a JBS ganhou notoriedade global por seu envolvimento em uma ampla gama de atividades criminosas, tendo se declarado culpada de 1.500 atos de propina no Brasil, bem como de violações antitruste de fixação de preços”, diz a declaração.
No terceiro trimestre, a companhia registrou lucro líquido de R$ 7,6 bilhões, 142% acima de um ano antes, impulsionado pelas operações nos Estados Unidos, que responde por 25% do faturamento da empresa.
Após abrir em alta, a ação da JBS (JBSS3) passou a recuar levemente (-0,05%), a R$ 36,22, às 15h08 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa caía 1,41%.