São Paulo – Quatorze das maiores empresas de alimentos do mundo, incluindo a JBS, apresentaram na COP27 um roadmap compartilhado sobre como trabalharão para reduzir as emissões decorrentes de mudança do uso da terra em suas operações. Para resolver a questão, os CEOs das empresas globais de comércio e processamento agrícola haviam se comprometido, durante a COP26 em Glasgow, a desenvolver esse roteiro compartilhado, se concentrando nos setores de óleo de palma, soja e pecuária, protegendo também os sistemas alimentares globais e os meios de subsistência dos produtores.
O Roteiro do Setor Agrícola 1,5C, divulgado na COP27 no Egito, é encabeçado pelas seguintes empresas: ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, COFCO International, Golden Agri-Resources, JBS, Louis Dreyfus Company, Marfrig, Musim Mas, Olam International, Olam Food Ingredients (OFI), Viterra e Wilmar International.
Ao propor um amplo plano para lidar com a perda de florestas nas cadeias de suprimentos e acelerar a colaboração para alcançar esse objetivo, o roteiro propõe ações que se concentrem em áreas em que terão o maior impacto. Também descreve como os signatários vão colaborar com outros atores relevantes, em especial governos, integrantes da cadeia de suprimentos e instituições financeiras, para ampliar o apoio aos compromissos do plano. Isso inclui o fortalecimento de políticas e regulamentos e o incentivo a agricultores e pecuaristas para que protejam os recursos naturais.
Ao longo do último ano, a Tropical Forest Alliance, com apoio do World Business Council for Sustainable Development, contribuiu para que as grandes empresas de comércio e processamento agrícola do mundo pudessem desenvolver o roteiro, informou a JBS. A partir dele, as companhias se comprometem a estabelecer um plano com prazos específicos e a prestar contas publicamente a cada ano de seu progresso em direção às metas.
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou que a humanidade está enfrentando duas emergências simultâneas. Devemos enfrentar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, aumentar a produção global de alimentos para garantir a segurança alimentar. A JBS entende sua responsabilidade, como maior empresa de alimentos do mundo, de fazer parte da solução e, portanto, a necessidade de parceria com nossa cadeia de valor para acelerar e escalar o progresso. Para avançar da maneira mais rápida no Brasil, o setor deve se concentrar nas principais áreas e impulsionadores do desmatamento: a Amazônia e o desmatamento ilegal. Em linha com nosso compromisso de conter o aquecimento global em até 1,5oC, 2023 será um ano de ação para irmos mais longe junto com parceiros dos setores público e privado para desenvolver incentivos e suporte técnico para produtores que são a chave para acabar com todo o desmatamento”.
A JBS assumiu, em março do ano passado, o compromisso de se tornar Net Zero até 2040, ou seja, de zerar o balanço líquido de emissões de gases de efeito estufa. Também como parte dessa meta, a empresa reafirmou seu compromisso de eliminar o desmatamento ilegal de sua cadeia até 2025 em todos os biomas brasileiros em que atua. “Para esse fim, a empresa monitora seus mais de 80 mil fornecedores diretos de gado bovino, usando um sistema de imagens via satélite e as principais bases públicas de informação”, disse a companhia.
Além disso, A JBS informou que vem avançando no mesmo controle para fornecedores de seus fornecedores com a implantação da Plataforma Pecuária Transparente, ferramenta que usa tecnologia blockchain para atingir esse objetivo, respeitando o sigilo previsto pela legislação brasileira.