São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu o livre comércio e disse que deseja realizar um acordo comercial com a União Europeia parecido com o estabelecido entre o bloco europeu e o Canadá.
Johnson também disse que está “ansioso” para realizar um tratado com os Estados Unidos, mas que o Serviço Nacional de Saúde “não está em jogo” e irá exigir que certas restrições do país sejam suspensas.
“Finalmente o Reino Unido poderá participar do comércio livre mundial”, afirmou ele em discurso em Greenwich. “Agora teremos acordo com a Nova Zelândia, Canadá e Austrália, para os quais tivemos que virar as costas por tanto tempo”.
Segundo ele, as negociações com os Estados Unidos serão difíceis, mas necessárias. “Queremos um acordo, mas queremos manter nossos padrões. Eles precisam retirar as restrições protecionistas que possuem, os 50 reguladores que impedem a venda de seguros e, principalmente, as tarifas punitivas sobre o whiskey escocês”, disse ele.
Johnson também afirmou que a ideia de que não haja acordo com a União Europeia é “absurda”. “Já existe um acordo, o tratado de saída, que já está feito. A única coisa, agora, é que desejamos um tratado melhor, que seja benéfico para todos, parecido com o feito com o Canadá”, anunciou ele.
Segundo Johnson, o objetivo do acordo será facilitar o comércio com o mínimo de tarifas possíveis sem exigir regulações das duas partes. “O Reino Unido já possui políticas ambientais e trabalhistas muito mais avançadas que a União Europeia. Nem por isso exigiremos que eles cumpram com nossas regras para poderem negociar conosco. Esperamos o mesmo deles”, disse Johnson.
Ele também tocou no assunto da pesca. “Iremos fazer negociações anuais sobre a questão com base em estudos científicos. Mas preciso garantir que as águas britânicas sejam prioridades dos pescadores do Reino Unido”, disse Johnson.
Por fim, o primeiro-ministro disse que caso o acordo facilitado com a União Europeia não fosse firmado, “as duas partes irã conviver harmoniosamente” ao mesmo tempo que garante a “independência e soberania do Reino Unido”.