São Paulo – O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que a jornada responsável na nova economia da Inteligência Artificial (IA) é crucial para a economia bancária, em discurso na abertura do Febraban Tech, evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, que começou na manhã desta terça-feira, em São Paulo (SP). Neste ano, o evento tem como tema central “A jornada responsável na nova Economia da IA”, que abordará a preocupação dos bancos de como toda a economia e, principalmente, o setor financeiro, estão se preparando para utilizar de forma responsável os novos recursos e avanços da IA.
“É uma ferramenta tecnológica mas uma forma de mudar empregos e o mundo e por isso deve ser utilizada de forma ética, para ser usada com confiança e transformação da indústria de dados. Ela deve ser aplicada com rigor científico e ético. Precisamos discutir os desafios éticos da IA no mundo financeiro”, disse o dirigente, em seu discurso na abertura do evento.
“O Open Finance, se bem conduzido, pode transformar a indústria bancária. Atualmente, o número de permissões coloca o Brasil como líder dessa tecnologia”, disse.
Outros temas que serão discutidos no evento serão o Pix, a moeda digital brasileira Drex, segurança digital, atendimento físico e digital.
O painel de abertura com os presidentes de bancos, realizado das 10h às 12h30, teve as presenças Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco; Marcelo Noronha, diretor-presidente do Bradesco; Mario Leão, CEO do Santander Brasil e Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal.
ITAÚ UNIBANCO: Banco tem 250 projetos de IA que envolvem todas as áreas
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, disse que o banco tem 250 projetos de IA, que envolvem todas as áreas, além de uma parceria com a Microsoft.
“A IA é uma nova revolução tecnológica, que está chegando com muita velocidade. Mas temos que descobrir como entregar valor para o cliente. Estamos com uma IA omnichannel para valer. Os modelos estão evoluindo muito. Hoje temos 250 projetos de IA no banco hoje. Se o gestor não entender da tecnologia, não evolui, então, o tema tem que ser de todas as áreas do banco, de todos os colaboradores”, comentou, na abertura do Febraban Tech, evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, que começou na manhã desta terça-feira
“Atualmente, temos 17 mil pessoas na área de tecnologia. Temos nos transformado numa empresa de tecnologia e a IA vem coroar nossos clientes.”
SANTANDER BRASIL: Agenda de riscos climáticos tem que avançar depois do que aconteceu no Rio Grande do Sul-CEO
A agenda de riscos climáticos tem que avançar depois do que aconteceu no Rio Grande do Sul, na avaliação de Mario Leão, CEO do Santander Brasil.
“O ESG é uma pauta fundamental para o Santander no Brasil e no mundo. Apoiamos com R$ 30 milhões todos os anos com becas para o ensino superior”, comentou o executivo, na abertura do Febraban Tech, evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, que começou na manhã desta terça-feira.
Em relação à Inteligência Artificial, Leão disse que o banco também temos uma agenda concorrencial no Brasil, “com o desenvolvimento de códigos, em parceria com a Microsoft, e conseguimos mais de 45% de ganho de produtividade”, disse.
“Outro foco é no atendimento, queremos lançar um canal remoto para todos os clientes até o final do ano.”
BRADESCO: Seguiremos apoiando a descarbonização das empresas-CEO
Em sua participação na abertura do Febraban Tech, evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, que começou na manhã desta terça-feira, o diretor-presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse que o banco é um dos protagonistas da transição climática para as empresas que são grandes emissoras e seguem forte neste tema, com metas definidas para o financiamento de operações de “descarbonização”.
“Apoiamos todo o processo de descarbonização. Temos uma moeda escritural e não temos uma legislação favorável, mas seguiremos apoiando a descarbonização das empresas”, comentou o CEO.
Em relação à tecnologia, Noronha disse que a preocupação principal é com a governança das inovações. “Em 2017, o Bradesco criou uma área de inteligência de dados e segue evoluindo em seu processo de governança. Criamos a Bia [Bradesco Inteligência Artificial] em 2016, entre outros desenvolvimentos”, comentou.
Em relação ao uso de tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos, o executivo disse que o Bradesco está vivendo um momento de “grande transformação”. “Implodimos nossa área de produtos”, comentou.
“Não temos que investir em tecnologia, mas em pessoas, para que elas saibam usar as ferramentas. Investimos em contratações, em treinamento. Vamos inserir 60 mil colaboradores usando G&A no segundo semestre. A nossa preocupação é oferecer o treinamento adequado, por que as tecnologias vão evoluir cada vez mais daqui a um ano”, explicou.
BANCO DO BRASIL: Banco lança IA generativa no apoio aos pequenos negócios
O Banco do Brasil lança uma nova solução que utiliza inteligência artificial (IA) generativa e analytics para oferecer recomendações personalizadas para seus clientes micro e pequenas empresas. A Ari, Área de Recomendações Inteligentes, nasce da ideia de gerar valor a partir de dados para enfrentar os principais desafios dos pequenos negócios.
O banco informou que a Ari e mais de uma dezena de soluções serão demonstradas no Febraban Tech, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro na América Latina, de 25 a 27 de junho de 2024, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Com a Ari, o BB se torna pioneiro no mercado bancário nacional ao entregar uma solução data-driven com uso de inteligência artificial generativa para empreendedores, micro e pequenas empresas.
Com a riqueza de dados dos mais de 3,1 milhões de clientes micro e pequenas empresas, o conhecimento sobre perfil, transações, fluxo de caixa, sazonalidades e análises financeiras se transformam na matéria prima para a geração de insights e recomendações aderentes ao perfil e momento da jornada de cada pequeno negócio.
Atualmente, a Ari conta com 34 alertas, que traduzem as informações disponíveis em dicas de gestão de negócios e de clientes, além de trazer sugestões de capacitação e orientação sobre produtos financeiros. O empreendedor que fizer uso da solução poderá saber seu melhor dia de vendas da semana, se seus recebimentos são concentrados em uma base pequena de clientes, se foi identificada uma despesa que poderá exigir um maior valor em caixa, dentre outras informações sobre sua empresa.
A Ari surge como uma ponte entre o cliente micro e pequena empresa e o BB. Ela traduz as informações disponíveis, fornecendo dicas práticas e valiosas para a gestão do negócio, focando em entrega de alto valor aos empreendedores, mas de forma fácil, direta e personalizada, comenta Carla Nesi, vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil.
O piloto está sendo realizado de forma controlada, garantindo a segurança e qualidade dos dados, com curadoria humana especializada, para entregar recomendações adequadas aos clientes.
O BB está comprometido em investir no desenvolvimento de projetos de IA generativa e analytics. Temos soluções de IA há muito tempo e agora inovamos ainda mais, usando outras técnicas de apoio, agregando qualidade e eficiência e mitigando riscos. Seguimos desenvolvendo soluções para que a IA esteja cada vez mais integrada aos negócios do Banco, aprimorando a experiência dos clientes e a alocação de recursos, explica Marisa Reghini, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do Banco do Brasil.
