Juros podem cair se a inflação continuar em ritmo de queda, diz Panetta, do BCE

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O governador do Banco da Itália e membro do BCE, Fabio Panetta | Foto: Bernd Hartung / European Central Bank

O governador do Banco da Itália, Fabio Panetta, declarou hoje que o Banco Central Europeu (BCE) está considerando uma redução gradual das taxas de juros à medida que a inflação diminui. Ele argumentou que muitas das preocupações recentes com os custos persistentes nos serviços estão exageradas.

“O cenário macroeconômico atual sugere uma normalização da política monetária”, afirmou Panetta em Helsinque, capital da Finlândia. “O BCE iniciou esse processo algumas semanas atrás e planeja continuá-lo de forma gradual e suave.”

Apesar de indicarem que julho não é o momento adequado para novas medidas devido a preocupações com dados salariais e de preços recentes, Panetta aconselhou seus colegas a evitarem comentários precipitados, lembrando que as decisões devem ser baseadas nos dados disponíveis em cada reunião de política.

“Devemos ser cautelosos em nossas comunicações, evitando guias prospectivos ‘casuais’ que possam surgir de previsões implícitas ou explícitas”, acrescentou Panetta, que anteriormente foi membro do conselho do BCE.

Panetta também minimizou as preocupações sobre a persistência nos custos de serviços, argumentando que esses preços naturalmente aumentam mais rapidamente do que os de bens.

“A aparente persistência reflete o fato de que a inflação no setor de serviços começou a subir, atingiu o pico e começou a cair em momentos diferentes”, explicou Panetta. “Temos motivos para acreditar que essa rigidez no setor não é anormal.”

Panetta sugeriu que resolver as últimas pressões indesejadas de inflação, muitas vezes referidas como “última milha”, pode exigir apenas um pouco mais de paciência.

O BCE prevê que a inflação se mantenha acima da meta de 2% pelo restante deste ano, mas espera que a desinflação comece no próximo ano, com o crescimento dos preços retornando a 2% até o final de 2025. Os mercados também antecipam mais cortes nas taxas de juros, com expectativas para movimentos em setembro e dezembro.