Justiça da Bahia concede liminar para reintegração de posse de Fazenda da Suzano em Mucurui ocupada pelo MST

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São Paulo – Em decisão do TJBA, o Juiz Renan Souza Moreira determinou reintegração da fazenda de eucalipto da Suzano, em Mucuri, na Bahia, que foi ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última segunda-feira. O documento oficial determina, ainda, multa de R$ 5 mil por dia em caso de outras áreas ocupadas na região. Houve uso da força policial para auxiliar no cumprimento da decisão. O Juiz determinou também que o MST apresente em até 15 dias uma resposta à ação.

A medida é válida apenas para a propriedade da Suzano de Mucuri. O MST ocupou outras propriedades da Suzano, em Teixeira de Freitas e Caravelas, ambos também municípios baianos.

A Fazenda do Limoeiro (BA) também foi ocupada porque, segundo o MST, “está abandonada há 15 anos”. O movimento diz que, com a ocupação de 1.700 famílias reivindicam a desapropriação imediata em prol da reforma agrária.

Em comunicado, o MST afirma que, “apesar das expectativas com o Governo Lula em relação à reforma agrária, os Sem Terra estão preocupados, frente a urgência do combate à fome, o desemprego e a destruição do meio ambiente, causados pelo desastroso modelo do capital.” MST diz, ainda, que “acionou o alerta amarelo diante da demora do Governo Federal em nomear a presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)”

O movimento também reforçou que combate “a expansão do monocultivo de eucalipto, hoje controlada pela empresa Suzano papel e Celulose.” No 4T22, a Suzano reportou lucro de R$7,5 bilhões, 222,5% a mais que o mesmo período do ano passado.

O custo do bom desempenho é a destruição sistemática dos recursos naturais da região, envenenamento dos solos e assoreamento dos rios, rebate o MST. “Como contabilizar o custo social das milhares de famílias que foram expulsas de suas terras e hoje vivem na vulnerabilidade social das periferias das cidades e nas beiras das estradas? “, questiona o movimento em comunicado que também tem intenção de “denunciar amonocultura de eucalipto na região e o uso de agrotóxicos pela empresa, que vem prejudicando as áreas de agricultura familiar”, segundo sua página oficial.