São Paulo – A justiça da Suíça condenou ontem Beny Steinmetz, ex-sócio da Vale em uma antiga joint venture na região de Simandou, na República da Guiné, por acusações criminais de práticas de corrupção e falsificação relacionadas à sua empresa BSG Resources Limited (BSGR), que adquiriu direitos minerários de expressivo valor em Simandou.
O tribunal condenou Steinmetz a cinco anos de prisão e lhe impôs uma multa de 50 milhões de francos suíços e, condenou a BSGR a pagar à Vale o valor de US$ 2 bilhões em indenizações.
Segundo a Vale, duas pessoas associadas a Steinmetz foram também consideradas culpadas, uma delas por suborno e falsificação e a outra por suborno.
A companhia acrescentou que a decisão do tribunal suíço de responsabilizar pessoalmente Steinmetz pelos seus atos de corrupção segue em linha com a sentença do Tribunal Arbitral Internacional de Londres de abril de 2019, que considerou que a BSGR incorreu em fraudes contra a Vale ao ocultar da empresa e, assim, assegurar o seu investimento em Simandou, as práticas de suborno e corrupção da BSGR.
Esta decisão foi posteriormente confirmada por cortes judiciais dos Estados Unidos e da Inglaterra, tendo este último descrito o recurso da BSGR como “infrutífero”.
A Vale continua em busca de receber os valores da BSGR e pessoalmente de Steinmetz, inclusive por meio de ações no Tribunal Superior da Inglaterra, que determinou uma ordem de congelamento mundial dos bens de Steinmetz, da sua fundação e de outros réus.
“A Vale tem confiança de que as autoridades brasileiras também não serão enganadas pelas contínuas tentativas de Steinmetz de inverter responsabilidades e desviar a atenção de seus atos corruptos”, disse a empresa, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.