Klabin vê demanda forte por embalagens e preços altos em 2021

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São Paulo – A Klabin espera que a demanda por celulose continue forte em 2021 devido ao forte crescimento do mercado de embalagens e à perspectiva de novos aumentos de preços de papel no mercado internacional.

“Há uma disruptura de fornecimento, relacionado a paradas para manutenção no quarto trimestre, o que nos leva a crer num mercado forte e bastante favorável para a indústria este ano. Também houve aumentos de US$ 160 dólares no preço do papel na China e ainda há espaço para novos reajustes”, disse Cristiano Teixeira, diretor executivo da empresa, em teleconferência para investidores.

Segundo o executivo, uma ruptura de fornecimento no quarto trimestre, por manutenção fez com a companhia entrar em níveis de estoque muito baixos e, apesar da perspectiva de que o mercado continue num ritmo forte em fevereiro, a companhia disse estar preparada para ajustar sua produção às entregas.

“Há entradas de capacidade previstas, mas isso não deve atrapalhar a demanda e o fornecimento ao longo do ano. A companhia está com nível de estoques bem apertados e tem um contrato de fornecimento de um ano”, disse Teixeira.

Segundo a companhia, os papéis de embalagem, nos Estados Unidos tiveram aumentos de demanda de 8%, e na China, o banimento de aparas fez com que o mercado buscar fabricantes de fibra virgem.

Os executivo também estimam que embora a China já esteja operando num preço muito elevado na fibra longa e curta, ainda há espaço para a realização de novos aumentos, devido ao atual desequilíbrio de fibra no mundo.

“Há defasagem em fibra longa e fluff. O que vemos é que há produtores com capacidade de fazer swing e possam exportar nos próximos meses.”

“A mudança de comportamento do consumidor e o crescimento do comércio eletrônico impactou o mercado de aparas, levando a um aumento do preço, com recordes mês a mês no consumo de caixas. Isso mantém o preço alto e impacta também o mercado de reciclagem, e esse ciclo permanece este ano”, disse Douglas Dalmasi, diretor de embalagem da Klabin.

“Há demanda estável para o segmento de cartões, que segue crescendo, a 2%, de forma sustentada em 2021, com crescimento de 6,5%, o que não tínhamos visto nos últimos dez. As embalagens de cerveja cresceram 15% em 2020. Também há forte demanda de cartões marrons para China, o que sustenta o movimento de preço recente”, disse Flávio Deganutti, diretor do negócio de papéis.

No mercado interno, a companhia disse que a cadeia de fibra longa é muito dependente de conteiner e que a demanda está acirrada e sem perspectiva de melhora para esse ano, o que deve impactar em aumentos de preço também no Brasil.

PROJETO PUMA II

Em 2021, a Klabin investirá R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões referem-se à Puma II.

“Passaremos por esse ciclo dentro da política de investimento da Klabin. Quando divulgarmos os investimentos relativos à segunda máquina de Puma II, divulgaremos os investimentos previstos até 2023.”

A companhia divulgou amortização média de R$ 1 bilhão por ano, entre 2021 e 2023, relativo a dívida de dez anos pelo investimento em Puma II.

O investimento realizado pela companhia em 2019 e 2020 foi de R$ 1,271 bilhão e R$ 4,045 bilhões, respectivamente. As obras da primeira fase do projeto Puma II estão 78% concluídas, totalizando desembolso de R$ 5,316 bilhões.

REDUÇÃO DE CUSTOS

Em 2021, a companhia disse que os custos serão impactados pelas seguintes variáveis: a pressão em químicos e combustível, pelo preço e pela depreciação da moeda brasileira. Não haverá parada geral na fábrica de celulose (Puma I), que ajuda a diluir o custo pelo maior volume de produção e por não ter o gasto da parada; a planta têm sobre de energia e vende para o mercado. Também há uma visão de longo prazo para madeira, que inclui a possibilidade de compra de madeira de terceiros, o que impactaria em custo caixa
da celulose, disse a empresa.

Em 2020, houve redução de 1% no custo de produção em relação a 2019. Em base trimestral, a queda foi de 10%, de US$ 140 por tonelada no quarto trimestre de 2020, ante US$ 167 no mesmo intervalo de 2019.

Os executivos também destacaram que em outubro de 2020, a Klabin assumiu os ativos da International Paper e o quarto trimestre foi o primeiro período em que os efeitos da aquisição foram sentidos nos resultados.

FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa livre ajustado passou de R$ 1,421 bilhões em 2019 para R$ 4,415 bilhões em 2020, representando O free cash flow (FCL) yield foi 18,7% em 2020, ante 8,1% em 2019.