Crescimento da eurozona segue moderado e riscos diminuíram, diz Lagarde

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São Paulo – O crescimento econômico da zona do euro deve permanecer moderado, com os dados apontando para alguma estabilização no curto prazo, e os riscos seguem inclinados para o lado negativo, apesar de terem diminuído, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

“Os dados econômicos recebidos e as informações da pesquisa apontam para alguma estabilização na dinâmica de crescimento da zona do euro, com o crescimento a curto prazo sendo semelhante às taxas observadas nos trimestres anteriores”, disse ela, em coletiva de imprensa após decisão de política monetária.

Segundo Lagarde, esse padrão de crescimento moderado reflete “a fraqueza contínua do comércio internacional em um ambiente de incertezas globais contínuas, que afetou particularmente o setor industrial da zona do euro e também diminuiu o crescimento do investimento”. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no terceiro trimestre de 2019 em base trimestral.

Outros riscos à economia da eurozona incluem fatores geopolíticos, o crescimento do protecionismo e vulnerabilidades em mercados emergentes. Tais, riscos, porém, “permanecem inclinados para baixo, mas se tornaram menos pronunciados à medida que uma parte da incerteza em torno do comércio internacional está diminuindo”.

Lagarde afirmou que o aumento dos salários e o crescimento do emprego, ainda que esteja desacelerando, apoiam a resiliência da economia da zona do euro. Além disso, o setor de serviços e de construção apresentaram uma resiliência maior em 2019.

INFLAÇÃO

Com relação aos preços, “embora a evolução da inflação permaneça moderada em geral, há alguns sinais de um aumento moderado do núcleo da inflação, em linha com as expectativas”, disse Lagarde. Segundo ela, “é provável que a inflação fique em torno dos níveis atuais nos próximos meses”. A taxa de inflação anual da zona do euro cresceu 1,3% em dezembro, de 1,0% em novembro.

Assim, “à luz das perspectivas de inflação moderada e contínua, a política monetária deve permanecer altamente acomodatícia por um período prolongado de tempo”. A presidente do BCE reiterou que a orientação futura garantirá que ajustes sejam realizados nas condições financeiras em linha com mudanças nas perspectivas da inflação.

“O Conselho do BCE continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme o caso, para garantir que a inflação avance em direção à sua meta de maneira sustentada, em consonância com seu compromisso com a simetria, concluiu.