Lagarde afirma que eurozona ainda precisa de estímulos monetários

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São Paulo – A economia da zona do euro tem mostrado sinais de retomada da crise provocada pelo novo coronavírus, mas permanece abaixo dos níveis pré-pandemia e as medidas de estímulo adotadas do Banco Central Europeu (BCE) seguem necessárias, disse a presidente da instituição, Christine Lagarde.

“Continua sendo necessário um amplo estímulo monetário para apoiar a recuperação econômica e garantir a estabilidade de preços no médio prazo.

Portanto, decidimos reconfirmar nossa postura de política monetária muito acomodatícia”, disse ela, em coletiva de imprensa após a reunião do Conselho sobre política monetária.
Segundo Lagarde, os dados recebidos sugerem que a atividade econômica melhorou “significativamente” em maio e junho em relação a abril, com sinais de recuperação no consumo e na produção industrial.

“Ao mesmo tempo, os indicadores econômicos permanecem bem abaixo dos níveis registrados antes da pandemia, e a recuperação está em seus estágios iniciais e permanece desigual entre setores e jurisdições”, disse, acrescentando que perdas de emprego e renda pesam nos gastos dos consumidores.

“As perspectivas fracas de negócios e a alta incerteza estão diminuindo o investimento, enquanto a fraqueza da economia global está prejudicando a demanda externa por bens e serviços da zona do euro”, afirmou Lagarde.

A expectativa do BCE é de que a economia da eurozona recupere-se no terceiro trimestre, com a atenuação das medidas de contenção e apoio de estímulos fiscais e monetários. Porém, “a incerteza sobre a velocidade e escala gerais da recuperação se mantém alta”.

Lagarde reiterou ainda que “uma postura fiscal ambiciosa e coordenada permanece crítica”, e apelou aos países da UE que cheguem a um acordo sobre o plano de recuperação do bloco.

Por fim, com relação à taxa de inflação, ela disse que “está sendo atenuada pelos preços mais baixos da energia e espera-se que as pressões permaneçam bastante reduzidas, devido ao declínio acentuado no crescimento real do PIB e ao aumento significativo associado da folga econômica”.