Lagarde reitera que juros não devem ser elevados na eurozona em 2022

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São Paulo – A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reiterou que as condições para altas nos juros na zona do euro não devem ser alcançadas em 2022, ainda que a aceleração recente na inflação da região deva durar mais do que o incialmente previsto.

“Com relação à política de juros, em nossa projeção futura, articulamos claramente as condições que precisam ser satisfeitas antes que as taxas comecem a subir. Apesar do atual aumento da inflação, as perspectivas para a inflação no médio prazo permanecem moderadas e, portanto, é muito improvável que essas três condições sejam satisfeitas no próximo ano”, disse Lagarde, em discurso ao Parlamento Europeu ontem.

Segundo ela, o aumento na taxa de inflação da zona do euro, que subiu para 4,15 em outubro, está sendo impulsionado por três fatores: a alta nos preços da energia; a recuperação da demanda relacionada à reabertura da economia, ultrapassando a oferta restrita e pressionando os preços; e a reversão do corte temporário do imposto sobre valor agregado alemão no ano passado.

“O último fator sairá do cálculo da inflação a partir de janeiro de 2022, mas os outros dois podem durar mais. Os preços atuais de futuros apontam para uma redução perceptível dos preços de energia no primeiro semestre de 2022”, disse Lagarde.

Além disso, à medida que a recuperação continua e os gargalos de oferta são eliminados, podemos esperar que a pressão sobre os preços de bens e serviços se normalize.

“Como resultado, ainda vemos a inflação se moderando no próximo ano, mas levará mais tempo para cair do que o inicialmente esperado”, disse. “No geral, continuamos a prever que a inflação no médio prazo permaneça abaixo de nossa nova meta simétrica de 2%”, de acordo com Lagarde.

Com relação à economia, a recuperação continuou no terceiro trimestre, e a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) exceda o seu nível pré-pandémico no final do ano, afirmou a presidente do BCE, citando as respostas fortes e combinadas das políticas fiscal e monetária, ainda que o ímpeto do crescimento esteja se moderando devido a gargalos no fornecimento e ao aumento dos preços da energia.