Lane diz que decisões do BCE devem ser baseadas nos riscos futuros, não em dados recentes

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O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane / Foto: BCE

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou em entrevista ao Financial Times que as decisões de política monetária do BCE devem ser baseadas nos riscos futuros, e não nos dados econômicos mais recentes. Lane destacou que, após a conclusão do processo de desinflação, a política monetária precisará ser essencialmente orientada para o futuro, antecipando os novos choques que podem afetar a inflação.

Embora a taxa de inflação geral tenha se aproximado da meta de 2% do BCE, Lane observou que ainda há “um pouco de distância” para atingir esse objetivo, especialmente em relação à inflação nos serviços, que precisa desacelerar ainda mais. Dados divulgados pelo Eurostat mostraram que a inflação na zona do euro acelerou para 2,3% em novembro, superando o 2% de outubro, mas alinhada às expectativas do mercado, reforçando a necessidade de cautela nas próximas decisões sobre a taxa de juros.

Lane também enfatizou que, em algum momento, o BCE passará de enfrentar o desafio da desinflação para o novo desafio de manter a inflação sustentável em 2%. Esse processo de transição exigirá atenção contínua às condições econômicas e potenciais novos riscos. O BCE já reduziu as taxas de juros três vezes neste ano, e investidores aguardam uma série contínua de cortes nas reuniões até pelo menos junho de 2024.

Essa abordagem, com foco nos riscos futuros, reflete a cautela do BCE diante da volatilidade econômica, enquanto a política monetária continua sendo ajustada para manter a estabilidade de preços na zona do euro.