Por Julio Viana
São Paulo – O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou que as sanções norte-americanas impostas a US$ 2,4 bilhões de produtos franceses são “inaceitáveis” e disse que a União Europeia iria realizar uma “retaliação forte”.
“Este não é um comportamento esperado dos Estados Unidos em relação a um de seus principais aliados, que são a França e a Europa em geral”, afirmou ele durante entrevista à rádio francesa Classique.
Segundo o ministro, as autoridades francesas irão entrar em contrato com a nova Comissão Europeia na próxima semana para discutirem como Bruxelas irá reagir às ameaças do governo norte-americano. Segundo ele, se as sanções entrarem de fato em vigor em até 30 dias – como prometeu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – ele garantiria que “haverá uma resposta europeia, uma forte resposta”.
Le Maire, no entanto, diz querer evitar “entrar no jogo de sanções entre Estados Unidos e Europa”. Para ele, isso “não interessa a ninguém. Não é do interesse do comércio, nem do crescimento, nem da estabilidade política”, disse o ministro.
A ameaça de sanções foi anunciada por Trump como forma de retaliar o que o presidente norte-americano chamou de “discriminação” contra empresas norte-americanas após os franceses decidirem impor taxas a serviços digitais dentro do país.
Le Maire, no entanto, disse que a França deseja realizar um acordo global sobre o assunto dentro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o ministro, é esperada a aprovação por parte dos norte-americanos da proposta de tributação internacional de atividades digitais que foi colocada na mesa da organização.
“Se eles concordarem, então tudo está resolvido. Se não, significa que eles não respeitarão compromisso firmado no final de agosto entre o Presidente [Emmanuel Macron] e o Presidente Trump [na cúpula do G7 em Biarritz], entre a França e o Estados Unidos, para encontrar uma solução internacional de boa fé”, concluiu ele.
