São Paulo – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza nesta quinta-feira (4), às 10h (horário de Brasília), o leilão do 5G – maior oferta de espectro da história do órgão. A concorrência terá a participação de 15 grupos, com maioria dos licitantes registrados no leilão dando lances para o espectro 5G de 3,5 gigahertz (Ghz), como as teles que já oferecem serviço móvel Vivo, TIM, Claro, Algar e Sercomtel, estima o BTG Pactual.
“Não esperamos uma competição feroz pelo blocos na faixa de 3,5 GHz por um motivo simples: há quatro blocos nacionais, mas apenas três das grandes teles do Brasil irão licitar (Vivo, TIM e Claro), já que a Oi não compareceu por completo – as chances são relativamente altas de que um dos blocos nacionais não receba nenhuma oferta”, disseram seus analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, em relatório.
O principal destaque serão os cinco blocos de espectro na faixa de 3,5Ghz, a serem utilizados para 5G. O espectro de 20 MHz, disponível na banda premium de 700 Mhz, também deve atrair interessados, além da venda do espectro na faixa de 2,3 Ghz e de bandas de 26 GHz.
Os 15 inscritos no leilão do 5G são: Algar Telecom S/A; Brasil Digital Telecomunicações (ligada à empresa de rede BRDigital, antiga BRFibra); Brisanet; Claro; Cloud2u (ligados ao fabricante Greatek, de São José dos Campos); Consórcio 5G Sul (Unifique e União Copel); Fly Link (provedor da região do Triângulo Mineiro); Mega Net (Iniciativa 5G Brasil, de 420 provedores); Neko (com acionistas em comum com a Surf Telecom); NK 108 (ligada à DigitalBridge/Highline); Sercomtel; Telefônica Brasil (Vivo); TIM; VDF (ligado à Datora) e Winity II Telecom (ligada ao fundo Pátria/Blackstone).
Os provedores de serviços de Internet (ISPs), sozinhos ou em consórcio, também devem ser disputar os blocos de 3,5 GHz. É o caso da Brisanet, 5G Sul, Iniciativa 5G, Fly Link e BR Digital. VDF/Datora e Neko/Surf Telecom (maiores operadores MVNO independentes do Brasil) mais NK108/Highline e Winity/Patria podem ser outros concorrentes, principalmente olhando para o espectro de 700 MHz, aposta o BTG.
O relatório destaca que o vencedor do espectro 700 Mhz terá que oferecer serviços 4G em 652 regiões atualmente sem conexões 4G, e cobrir mais de 31 mil km de rodovias espalhadas em 1,2 mil trechos de estradas. Os vencedores dos blocos de 3,5 GHz terão que pagar pela limpeza do espectro usado pelos serviços de TV via satélite e financiar o Programa Amazônia Conectada, oferecer serviços 5G em todas as cidades com mais de 30 mil pessoas (1.174 cidades no total) em meados de 2029 e construir infraestrutura de transporte de fibra (fibra backhaul), com uma capacidade mínima de 1 Gbps em muitas regiões.
