São Paulo – O leilão do segundo ciclo da oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) encerrou com 17 blocos arrematados por sete empresas, sendo a Shell a única estrangeira e a Eneva a maior vencedora.
Os 17 blocos estão em seis bacias (Campos, Paraná, Amazonas, Espírito Santo, Potiguar e Tucano), também foi arrematada uma área com acumulações marginais, a de Juruá, da Bacia do Solimões. Juntas, as 18 áreas receberão investimentos mínimos de mais de R$ 160 milhões.
Para os blocos exploratórios, o bônus total arrecadado foi de R$ 30,936 milhões (ágio médio de 55,11%) e há previsão de R$ 157 milhões em investimentos, somente na primeira fase do contrato (fase de exploração). Já para as áreas com acumulações marginais, o bônus total foi de R$ 25,76 milhões (ágio de 1.650%), com previsão de R$ 3,6 milhões em investimentos.
Ao todo, 14 setores de blocos exploratórios de nove bacias (Santos, Espírito Santo, Campos, Paraná, Amazonas, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Potiguar e Tucano), além de dois setores de áreas com acumulações marginais das bacias do Solimões e Recôncavo tinham sido ofertadas.
Apesar do pouco interesse de empresas por áreas offshore, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o leilão teve êxito e foi melhor em comparação ao do primeiro Ciclo da Oferta Permanente. Ele também destacou o interesse de empresas de pequeno e médio porte, mesmo diante da crise causada pela pandemia de coronavírus.
“Vamos analisar o resultado das áreas offshore para os próximos leilões, mas o importante é que foi ressaltado que o segundo ciclo da oferta mostrou-se exitoso em comparação ao primeiro. Teve competitividade e novos entrantes”, disse.
Sobre os bônus de assinatura das áreas, o diretor-geral da ANP, Raphael Moura, disse que os bônus mínimos seguem a lógica de mercado e não os considerou o motivo de falta de atratividade de algumas áreas. Para ele, o leilão foi um sucesso e as “áreas onshore (terrestres) brilharam”. “Superou as expectativas em um ano difícil para o setor, no mundo. Temos muitoo que comemorar. As áreas onshore geram mais empregos proporcionalmente”, disse.
O segundo leilão da Oferta Permanente foi a única rodada de licitações realizada pela ANP em 2020, devido à pandemia de Covid-19.
BLOCOS
Na bacia de Campos, a Shell levou um bloco pelo bônus de R$ 12,055 milhões, com ágio de 0%. Os investimentos previstos no bloco são de R$ 29,040 milhões.
Na bacia do Amazonas, a Eneva levou sozinha três blocos do setor SAM-O, com bônus de R$ 16,290 milhões, ágio de 808,03% e investimentos previstos de R$ 68,484 milhões.
Na bacia do Paraná, o consórcio liderado pela Eneva, com a Enauta Energia, levou dois blocos no setor SPAR-CN, com bônus de R$ 1,075 milhões e ágio de 0%, além de investimentos previstos de R$ 22,428 milhões. O consórcio também arrematou mais dois blocos no setor SPAR-N, com bônus de R$ 1,035 milhão, ágio de 0% e investimentos previstos de R$ 22,860 milhões.
Na bacia do Espírito Santo, o setor SES-AP2 não recebeu ofertas. Já no setor SES-T4, dois blocos foram arrematados pelo consórcio liderado pela Imetame Energia, com participação da ENP Ecossistemas, por bônus de R$ 50,878 mil por cada bloco, e ágio de 1,76%, além de investimentos previstos de R$ 1,404 milhão. O consórcio ainda levou cinco blocos do setor SES-T6, na mesma bacia, também pelo bônus total de R$ 254,390 mil, ágio de 1,76% e com investimentos totais previstos de R$ 4,386 milhões.
Na bacia Potiguar, não houve ofertas por blocos nos setores SPOT-T3, mas no setor SPOT-T4, um bloco foi arrematado pela PetroRecôncavo, pelo bônus de R$ 75 mil, ágio de 50% e investimentos previstos de R$ 6 milhões.
Na bacia de Tucano, a Petroborn Óleo e Gás levou um bloco com bônus de R$ 50 mil e investimentos previstos de R$ 2,4 milhões.
A Eneva ainda levou a área com acumulações marginais de Juruá, na bacia de Solimões, pelo bônus de R$ 25,760 milhões e ágio de 1.650,00%.
Na bacia de Santos, não houve ofertas por blocos nos setores SS-AP4 e SS-AR4 ofertados. Na bacia do Rencôncavo, não houve ofertas por blocos no setor SREC-T2, Na bacia Sergipe-Alagoas, não houve ofertas pelos blocos do setor SSEAL-T2.