São Paulo – A LG anunciou que vai encerrar a produção de celulares, que é feita, em parte, no Brasil, na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo. Até sexta, a empresa deve finalizar as negociações com o sindicato dos metalúrgicos local, iniciadas no dia 30 de março.
A unidade, que também produz monitores, tem cerca de 1 mil funcionários, dos quais 400 estão alocados na área celulares, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. As negociações entre dirigentes sindicais e a LG começaram na última terça-feira (30) e tem prazo de término até sexta, dia 9.
“Na primeira reunião, os representantes da empresa mostraram três cenários ao sindicato: a possibilidade de fechamento, reestruturação e venda do setor”, informou a entidade.
Os representantes da fábrica sul coreana informaram que estão em andamento conversas para a venda do setor de celulares para um grupo africano, porém, sem um acordo firmado até o momento, disse o sindicato, em nota.
A decisão de sair do negócio de telefonia móvel permitirá à empresa se concentrar em áreas de maior crescimento, como veículos elétricos, dispositivos conectados, casas inteligentes, robótica, inteligência artificial, soluções B2B, plataformas e serviços, disse a empresa, em comunicado.
A fabricante disse que o período em que irá oferecer suporte e atualizações de software dos produtos móveis existentes e as informações sobre demissões serão determinadas “de acordo com a região de atuação”.
PROCON
A Fundação Procon-SP estabeleceu até sexta, dia 6, o prazo para que a LG explique sobre o fim da fabricação de smartphones no país.
A empresa terá que informar a relação completa de todos os modelos de smartphones disponibilizados no mercado de consumo nos últimos três anos com os correspondentes manuais de usuário, bem como relação de assistências técnicas autorizadas; comprovar período estimado de vida útil dos aparelhos acima mencionados; aspectos do plano de atendimento e esclarecimentos sobre eventual redução da rede de assistência técnica autorizada após encerramento das atividades, bem como forma de sua divulgação para ciência do público consumidor, disse o órgão, em nota.
A empresa também deverá comprovar o funcionamento de canais de atendimento aos consumidores e esclarecer sobre o período de tempo em que a empresa manterá sua oferta no mercado.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Nesta terça (6), haverá assembleias em frente às fábricas da 3C, às 6h, Blue Tech (6h30), em Caçapava, e Sun Tech (7h), em São José dos Campos, e reunião das empresas com o o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
As três fábricas produzem exclusivamente celulares para a LG e entrarão em greve a partir de amanhã, após a decisão da empresa sul-coreana de encerrar a fabricação de celulares, como forma de pressionar a preservar empregos e direitos dos trabalhadores.
A medida deve levar ao fechamento de 430 postos de trabalho nas fornecedoras, sendo a maioria ocupados por mulheres, disse o sindicato de SJC.
As trabalhadoras já estão em estado de greve desde semana passada, quando cobravam das empresas um posicionamento transparente sobre o futuro das fábricas.