Licenciamento de veículos leves cai 5% em fevereiro, segundo Anfavea

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São Paulo – Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuaram 5% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 103.038 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ante janeiro, houve queda de 7%. Os dados foram apresentados na manhã desta segunda-feira.

No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 213.860 de unidades, alta de 3% frente ao mesmo período de 2022.

“O desempenho do bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção. O mercado de eletrificados aponta para um crescimento de 40% no ano”, disse a Anfavea, na coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira.

Já os licenciamentos totais de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somaram 112.446 unidades em fevereiro, queda de 4% em base anual e de 8,1% na comparação com janeiro.

A venda de caminhões teve leva alta de 0,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 8.108 unidades e recuo de 22,5% ante janeiro. No acumulado do ano, por sua vez, houve crescimento de 10,5%, a 18.565 caminhões.

No setor de ônibus, os emplacamentos subiram 110,1% em base anual, a 1.935 unidades, de 921 um ano antes. Em relação a janeiro, a venda de ônibus teve alta de 12,9%. No acumulado do ano, houve alta de 86,2% a 3.649 unidades.

Produção de veículos leves cai 0,5% em fevereiro

A produção de veículos leves atingiu 151.783 unidades no mês de fevereiro de 2023, apontando uma leve baixa de 0,5% ante o mesmo mês de 2022. Na comparação com janeiro deste ano, houve aumento de 2,7%, de acordo com a associação.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 161.181 unidades em fevereiro, recuo de 2,9% em base anual e alta de 5,6% em base mensal.

No acumulado do ano, a produção total cresceu 0,8% para 313.847 unidades, enquanto a produção de veículos leves no primeiro bimestre de 2023 meses deste ano cresceu 4,3% para 299.618 unidades. A Anfavea atribuiu o tímido avanço da produção no bimestre ao fechamento provisório de algumas fábricas em fevereiro algumas por falta de semicondutores, outras para ajustes na linha de montagem.

Receita com exportação de veículos e máquinas sobe 29%

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 942,850 milhões em fevereiro, alta de 29% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com janeiro, houve alta de 33%, segundo a Anfavea.

As exportações no bimestre tiveram um leve recuo na comparação com o início do ano passado. No total, 67,4 mil unidades deixaram os portos do país, queda de 2,6%. Em compensação, a receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus.

Além das questões sazonais, janeiro começou em ritmo mais lento para máquinas agrícolas, pela falta de recursos com taxas equalizadas, especialmente para o pequeno e médio produtor.

Dessa forma, as 3.453 unidades vendidas tiveram queda de 13,9% na comparação com janeiro de 2022. Os números de fevereiro ainda não foram contabilizados.

Já as máquinas rodoviárias mantiveram ritmo estável, com vendas de 2.430 unidades, alta de 14,1% sobre o primeiro mês do ano passado. Houve alta de 34,3% acima do exportado em 2022 no acumulado do ano.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, disse que o segmento de caminhões e a Argentina tiveram maior participação no crescimento das exportações. O mercado argentino deve encerrar o ano com exportação de 420 mil unidades contra 380 mil no ano passado.

A entidade também afirmou estar com dificuldades para exportar máquinas agrícolas para a Argentina, o que impactou nos números, segundo o diretor Alexandre Bernardes. Houve queda em janeiro e no acumulado do ano.

Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção, resumiu o presidente da Anfavea durante o anúncio mensal das estatísticas da indústria automobilística.

Imposto de importação

A Anfavea disse que não é contra o imposto de importação de veículos, mas pede alterações para garantir a previsibilidade dos investimentos.

“O que nós estamos discutindo não é o imposto de importação no volume que estamos importando atualmente. Queremos uma regra de transição para continuar importando com alíquota zero, com previsão de majoração, para que isso não impacte na atração de investimentos em eletrificação. Queremos ter previsibilidade para que a indústria receba investimentos. A regra como está hoje não define limites, prazos, então, pedimos mudanças para que a indústria automobilística tenha previsibilidade de investimentos”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Número de postos de trabalho sobe 1,4% em fevereiro

São Paulo, 6 de março de 2023 – A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva subiu 1,4% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2022, para 102.218 mil posições. Na comparação com janeiro, a variação foi positiva em 0,1%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

“O cenário é de estabilidade, tivemos reunião com o ministro para falar sobre segurança e saúde do trabalhador”, comentou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Em 2022, o número de postos de trabalho na indústria automotiva encerrou com 102,3 mil posições, ante 120 mil em 2021.

Em 2 de março, a Anfavea teve uma reunião com Carlos Lupi, ministro da Previdência, para atualizar o governo sobre as normas e trabalho de prevenção de riscos, disse o VP da Anfavea, Ricardo Martins. A Anfavea propôs a criação de um grupo técnico para criar dados para que, além da geração de emprego, essa demanda seja alinhada a métricas ESG, como segurança e higiene.

Os técnicos do ministério e da Anfavea vão elaborar uma agenda para definir essas métricas e demonstrar tecnologias e investimentos nessas frentes, disse Martins.