São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 13,1% em junho, para 214.304 unidades, ante 189.528
no mesmo mês de 2023. Ante maio, o indicador cresceu 10,3%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano, o licenciamento total de veículos somou 1.143.973 unidades, alta de 14,6% frente ao mesmo período de 2023.
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves cresceram 12,6% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 202.584 unidades. Ante maio, a alta foi de 10,4%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1.078.346 unidades, alta de 15,4% frente ao mesmo período de 2023.
As vendas internas são por ora o indicador mais positivo do setor automotivo. Este
foi o melhor junho desde 2019 em emplacamentos, e teve a maior média diária
deste ano, com 10.715 unidades, volume bem próximo ao que se verificava antes
da pandemia.
As vendas de caminhões cresceram 26,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 9.982 unidades e alta de 4,6% ante maio. No acumulado do ano, a alta foi de 8%, com 56.767 caminhões comercializados.
No setor de ônibus, os emplacamentos recuaram 2% em base anual, a 1.738 unidades. Em relação a maio, a venda de ônibus cresceram 35,5%. No acumulado do ano, houve queda de 21,7%, com 8.860 unidades vendidas.
“Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”, explicou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
EXPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 802.544 milhões em junho, queda de 20% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 2,4%, segundo a Anfavea. No acumulado do ano, a receita com exportações recuou 18%, chegando a US$ 4,761 bilhões.
Desde 2009 o Brasil não tinha um primeiro semestre tão fraco, à exceção de 2020. Combinação de queda de mercados e perda de participação para produtos asiáticos
Já as importações representem quase 200 mil emplacamentos no primeiro semestre, 38% maior que o mesmo período de 2023, 54 mil unidades a mais. China representou 78%, com alta de 449%.
PRODUÇÃO
Em junho, foram produzidas 196.160 unidades de veículos leves no Brasil, alta de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação mensal, houve uma alta de 28,4%, de acordo com Anfavea.
Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 211.035 no mês passado, alta de 11,6% em comparação a junho de 2023 e 26,6% superior em comparação a maio.
No acumulado do ano, a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – cresceu 0,5% para 1.137.881 unidades, na comparação anual, enquanto a produção de veículos leves em nos seis primeiros meses de 2024 recuou 1,5% em relação ao mesmo período de 2023, para 1.058.822 unidades.
A produção estagnada neste ano, mesmo com a alta de 14,6% do mercado interno, é reflexo do forte recuo das exportações e da elevação desenfreada das importações.
“Se os emplacamentos de importados e as exportações do primeiro semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de 11%, o que dá uma dimensão do desafio que precisamos enfrentar”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
EMPREGOS
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva cresceu 4,4% na comparação com junho de 2023, para 104.021 posições. O número é 0,7% superior na comparação com maio, quando o setor alcançou 103.299 postos de trabalho, informou a Anfavea.
IMPOSTO SELETIVO
Lima Leite também atacou a proposta de incluir automóveis e comerciais leves no Imposto Seletivo, dentro da Reforma Tributária. “Os contribuintes brasileiros já pagam impostos além da conta e não faz sentido pagar mais caro por um ar mais poluído. O Imposto Seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Ao adotar a medida, iremos na contramão, dificultando o acesso a modelos menos poluentes e mais seguros, e retardando de forma temerária e renovação da frota nacional.”
PROJEÇÕES
A Anfavea divulgou hoje a revisão de suas projeções para o desempenho do setor em 2024. A expectativa é uma alta de 10,9% nas vendas em relação a 2023, chegando a 2,560 milhões. Em 2023, as vendas chegaram a 2,309 milhões. No início do ano, a Anfavea tinha projetado um crescimento de 6,1%.
Sobre a produção, a expectativa é uma alta de 4,9% em relação a 2023, chegando a 2,440
milhões. Em 2023, a produção foi de 2,325 milhões. No início do ano, a Anfavea projetou um crescimento de 6,2% na produção em 2024.
Por fim, a previsão para as exportações recuou fortemente, em comparação com a projeção feita no início do ano, que foi de 0,7%, chegando a 407 mil unidades. Agora, a previsão para este ano é uma queda de 20,8% nas exportações, com um volume total de 320 mil unidades.