Líderes da UE se despedem de Reino Unido e apontam desafios futuros

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São Paulo – Os líderes das principais instituições da União Europeia (UE) se despediram do Reino Unido no dia em que o país deixa o bloco europeu, destacando que a relação entre eles não será tão boa quanto antes e que a Europa sai fortalecida para enfrentar os desafios futuros.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, começou a coletiva de imprensa afirmando que “hoje é um dia especial para a União Europeia, é o começo de uma nova fase”, depois de muitas conversas com os britânicos. “A União Europeia obteve muitas vantagens dessas conversas, já que é confirmado o fato de que está bem mais unida”, disse.

A presidente da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, também ressaltou a importância da unidade. “Nossa experiência nos ensinou: a força não reside em isolamento esplêndido, mas na unidade única”, disse.

“Não resta dúvida de que os desafios que a Europa enfrenta e as oportunidades que ela pode aproveitar não mudaram por causa do Brexit”, acrescentou ela, citando as mudanças climáticas, o Pacto Ecológico Europeu, a revolução digital, a gestão da imigração e a construção de parceiras.

“Queremos ter a melhor relação com o Reino Unido, mas nunca será tão boa como um membro”, disse Von der Leyen, alertando que os próximos meses serão decisivos com relação à futura relação comercial.

RELAÇÃO COMERCIAL

Von der Leyen destacou que o Reino Unido se tornará um país terceiro e, apenas os que reconhecem as regras do mercado interno podem se beneficiar completamente do mercado comum. “Queremos ser bons vizinhos e queremos ser bons amigos”, disse.

“Como bons amigos, podemos negociar de forma justa, mas dura, porque compartilhamos uma base comum. Entramos nessas negociações com um espírito de tentar alcançar a justiça e previsibilidade para a nossa economia e segurança para nosso povo”, concluiu.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a UE quer ter laços próximos com o Reino Unido, mas “quanto mais o Reino divergir dos padrões da UE, menor será o acesso aos mercados”.

Ele destacou os pontos fortes da UE, como 27 democracias fortes e 22 milhões de empresas num mercado único poderoso, e afirmou que as instituições europeias estão realizando um debate estratégico para ter uma melhor cooperação e enfrentar os desafios.

“Hoje é um dia excepcional para a União Europeia, e hoje provavelmente temos sentimentos mistos. Nunca é um momento feliz quando alguém sai, mas estamos abrindo um novo capítulo e dedicaremos toda a nossa energia para construir uma União Europeia mais forte e ambiciosa”, disse.