São Paulo – Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) concordaram com o levantamento gradual das restrições em vigor para conter a propagação do novo coronavírus, ao mesmo tempo que alertaram para uma possível terceira onda de casos de covid-19.
“Precisamos aprender as lições anteriores e ser cautelosos ao suspender as restrições. Deve ser gradual e regressivo. Todos nós queremos comemorar os feriados de fim de ano, mas com segurança”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em coletiva de imprensa ontem após reunião.
Na mesma coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou sobre os riscos da retirada prematura de medidas restritivas, o que pode desencadear uma nova onda de casos.
“Todos nós aprendemos com a experiência do verão [no Hemisfério Norte], de que a saída de uma onda – neste caso a saída da primeira onda – é muito difícil e que o impacto de retirar medida muito apressada teve um impacto muito ruim na situação epidemiológica no verão e no outono. Portanto, desta vez, as expectativas precisam ser administradas”, disse ela.
“Faremos uma proposta para uma abordagem gradual e coordenada para a retirada das medidas de contenção. Isso será muito importante para evitar o risco de mais uma onda”, acrescentou. A Europa passa por uma segunda onda de casos, o que levou vários governos a retomarem medidas para conter a propagação do vírus, como bloqueios parciais.
Além de uma abordagem comum na retirada de medidas restritivas, os líderes da UE concordaram em aumentar a coordenação na luta contra a covid-19 por meio do reconhecimento mútuo de testes e da aceleração de planos nacionais de vacinação.
O Conselho Europeu discutiu ainda o orçamento da UE e o pacote de recuperação. “Sobre o mecanismo de condicionalidade, a grande maioria dos Estados membros concorda com o compromisso em questão e alguns Estados membros indicaram que não são capazes de apoiar a maioria. Continuaremos as discussões para encontrar uma solução aceitável para todos”, disse Michel.
A Polônia e a Hungria vetaram na segunda-feira o orçamento de sete anos da UE, bem como o pacote de recuperação de 750 bilhões de euros, discordando da cláusula da lei orçamentária que vincula a disponibilidade de dinheiro ao Estado de Direito e ao respeito pelos padrões democráticos em países destinatários. Ambos os países estão sob o processo formal da UE por questões de independência judicial.