Lira quer que Poderes discutam confiabilidade de urnas eletrônicas

683

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu ontem à noite que os chefes dos Poderes reúnam-se para discutir como aumentar a confiança da sociedade nas urnas eletrônicas. As declarações dele foram feitas pouco depois de os deputados derrotarem em plenário a proposta que previa a instalação nas urnas de impressoras capazes de gerar um comprovante físico de voto.

“É importante que haja o bom senso de agora em diante por parte do Poder Executivo, por parte do Poder Judiciário, para que todos nós possamos nos sentar e escolher uma maneira racional, clara, objetiva de aumentarmos a transparência da auditagem” dos votos, disse Lira.

Segundo ele, é necessário sanar eventuais contestações dos eleitores à confiabilidade das urnas eletrônicas. “A nossa obrigação agora é sentarmos todos a mesa sem vencidos nem cumprindo cada um seu papel constitucional, com autocontenção dos Poderes, e esse assunto possa ser tratado com mais parcimônia e com menos polarização”, acrescentou.

Lira também descartou que o voto impresso volte a ser discutido na Câmara neste ano, e considera que no Senado, onde há uma proposta a ser votada sobre o assunto, a demora dos senadores em se manifestar já indica pouca chance de haver um ressurgimento deste tema.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da MDA divulgada no início de julho mostrou que os brasileiros de forma geral confiam na urna eletrônica, mas a maioria é a favor que a máquina também imprima em cédula o voto dado por cada eleitor,

De acordo com os dados da pesquisa, 32,9% das pessoas disseram ter confiança elevada nas urnas eletrônicas atuais, que não imprimem um comprovante de voto, e 30,8% disseram ter confiança moderada. Os que disseram ter confiança baixa no sistema atual foram 15,8%, e 18,7% disseram não ter confiança nenhuma.

No entanto, apenas 34,9% disseram ser contrários a embutir uma impressora na urna para imprimir um comprovante do voto, e 58,0% disseram ser a favor da proposta.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 1 e 3 de julho e tem margem de erro de 2,2 pontos porcentuais (pp) para mais ou para menos. A maioria delas (54,5%) nunca votou em cédulas de papel. Entre os que votaram desta forma, 59,1% disseram ter pouca ou nenhuma confiança neste sistema de votação.