São Paulo – O diretor administrativo e financeiro da Lojas Renner, Daniel Martins dos Santos, estima que a companhia ja tenha investido cerca de R$80 milhões no Centro de Distribuição de Cabreúva, no interior de São Paulo. Com isso, eles esperam ter ganhos de eficiência e velocidade. Santos disse, ainda, que o CD opera totalmente integrado com o físico (lojas) e o digital (marketplace), além de operar 100% no SKU. As informações foram divulgadas no fim da manhã de hoje, em teleconferência para analistas.
“Fizemos grandes investimentos [no CD]. A Camicado já está operando de lá e aos poucos vamos subindo os volumes. Além disso, temos aumentado o sortimento das lojas, disse o CEO da companhia, Fabio Adegas Faccio.
Segundo o balanço da empresa, divulgado ontem após o fechamento do mercado, a companhia avançou 15,9% em seu lucro líquido frente ao 4T21, mas o crescimento despesas operacionais sobre a receita líquida de varejo “está, principalmente, relacionado às Despesas Gerais e Administrativas, que refletem os gastos adicionais atrelados ao ramp-up operacional do novo CD de Cabreúva, bem como ao carrego dos investimentos em prol do desenvolvimento do ecossistema de moda e lifestyle, realizados mais intensamente em 2021.”
Os executivos, no entanto, se mostraram otimistas com o futuro da companhia, apesar de sinalizar preocupações com o ambiente macro. “Esperamos recuperação da rentabilidade. Temos algumas adversidades externas, ambiente macro mais desafiador, mas agora estamos tendendo a ter mais colheitas” diz Santos. “Esse foi um trimestre desafiador para várias empresas, o semestre tende a ser melhor, com menor pressão inflacionária e uma tendência positiva ao longo do ano. Estamos com uma margem bruta em evolução, que deve refletir uma melhora em crescimento e rentabilidade, reduzindo o custo de captação de clientes e dando continuidade à evolução operacional também”, diz o diretor financeiro.
Faccio analisou que o ano de 2022 foi muito volátil e houve eventos não-recorrentes que impactaram o seus resultados do 4T22, como uma extensão do frio na primavera, eleições e a Copa do Mundo, ambos eventos que diminuem o fluxo dos clientes.
Além disso, o chefe da companhia também explicou que estão voltados a um público bem específico, de renda média (Classe B e C), que está com um poder de consumo muito abalado, diante do cenário de juros e inflação.
Segundo Faccio, a intenção é abocanhar mais uma fatia de mercado diante do que ele chamou de “segunda onda de rearranjo do mercado”, diante de um 2023 que ele considera que deve ser de normalização e retomada mais intensa da economia.