Lucro da Suzano cai 98,2% no segundo trimestre, para R$ 182 milhões

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São Paulo – O lucro líquido da Suzano diminuiu 98,2% no segundo trimestre, para R$ 182 milhões, enquanto a receita líquida cresceu 17,0%, para R$ 11,52 bilhões.A companhia atribuiu a queda no lucro à variação negativa no resultado financeiro, por sua vez decorrente do impacto negativo da variação cambial sobre a dívida e da marcação a mercado das operações com derivativos, em oposição aos dois períodos de comparação.

Em relação à alta da receita, 83% foi gerada no mercado externo (versus o 81% no 1T22 e 84% no 2T21). Em relação ao 1T22, o aumento de 18% da receita líquida ocorreu em função do maior volume total de vendas (+11%) e pelo maior preço médio líquido, parcialmente compensado pela valorização do BRL em relação ao USD (6%).

A elevação de 17% da receita líquida consolidada em relação ao 2T21 é explicada principalmente pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar (+15%), maior volume de vendas (+5%), parcialmente compensada e pela valorização do real médio em relação ao dólar (7%).

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 6,975 bilhões no 2T22, que se compara ao resultado positivo de R$ 9,743 bilhões no 2T21, devido a maiores despesas financeiras (+22%) e receitas financeiras (+320%), consequência do aumento dos juros, variação cambial e monetária e operações com derivativos, com a valorização do real frente ao dólar e em função da desvalorização cambial sobre as operações de hedge de dívida e fluxo de caixa, apesar do impacto positivo das variações das curvas de Libor sobre as operações de swap e das curvas de Pré e Cupom sobre todas as operações de hedge.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 6,4%, para R$ 6,46 bilhões. Em termos ajustados, o ebitda aumentou 6,1%, para R$ 6,303 bilhões.

As vendas de papel e celulose da Suzano cresceram 5,4%, para 3 milhões de toneladas, sendo 2,6 milhões (+5%) em celulose e 324 mil toneladas (+10%) em papel.

A dívida líquida da companhia diminuiu 4,0%, para R$ 54,899 bilhões, o que coloca a taxa de alavancagem – proporção da dívida bruta em relação ao ebitda ajustado – em 2,2, ante 2,4 no mesmo período do ano passado.

Em seu relatório de resultados, a administração da Suzano disse que “os fundamentos de mercado de celulose continuaram favoráveis no segundo trimestre de 2022, marcado por demanda positiva e diversos fatores que limitaram a oferta de celulose, de forma a sustentar o cenário de baixa disponibilidade na cadeia e suportar a continuidade da implementação dos preços ao longo do período.”

“Neste contexto, a companhia apresentou desempenho consistente no aspecto operacional, com forte volume de vendas, dada maior disponibilidade de produção em período com menor impacto das paradas programadas de manutenção.”

A companhia reportou custo caixa de celulose sem paradas de R$ 854 por tonelada (+26% vs. 2T21). “O custo caixa de produção de celulose manteve-se pressionado diante dos preços das commodities, ainda em patamares elevados, mas apresentou ligeira queda no trimestre em função da maior disponibilidade operacional das fábricas”, disse a Suzano, no relatório.

“No segmento de papel, o EBITDA atingiu um novo recorde histórico, com um crescimento de 58% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo mercado aquecido em todos os segmentos, impactando positivamente na implementação dos preços.”

“O EBITDA ajustado consolidado foi recorde para um segundo trimestre (R$ 6,3 bilhões) e o EBITDA ajustado/t atingiu o maior patamar da história da Companhia.”

“No que se refere à gestão financeira, no trimestre a dívida líquida em USD ficou estável, a despeito do ciclo de investimentos, e a alavancagem em dólar, medida pela dívida líquida/EBITDA Ajustado dos últimos doze meses, caiu para 2,3x.”

“O resultado das operações de hedge de fluxo de caixa novamente evidenciou a consistência no longo prazo da política financeira na gestão de risco cambial, com marcação a mercado e ajuste caixa positivos nas operações de fluxo de caixa (ZCC)”, disse a empresa em seu release de resultados enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

COMPANHIA INVESTIRÁ MAIS

A Suzano atualizou sua estimativa do investimento (capex) para o exercício social de 2022, que passou para R$ 16,1 bilhões, de R$ 13,6 bilhões anunciados em dezembro de 2021.

Do total, serão R$ 5,5 bilhões em manutenção, de R$ 5 bilhões; expansão, modernização, terminais portuários e outros, mantida em R$ 700 milhões; terras e florestas aumentou para R$ 2,6 bilhões (de R$ 600 milhões); e o Projeto Cerrado continua em R$ 7,3 bilhões.

“A elevação da linha de Terras e Florestas em relação à projeção anterior decorre das aquisições societárias de Parkia e Caravelas, divulgadas ao mercado por meio dos Fatos Relevantes de 28/04/2022 e 22/06/2022, e Comunicado ao Mercado divulgado em 29/06/2022”, disse a Suzano.

Com relação ao investimento em manutenção, o maior dispêndio em relação ao guidance anterior refere-se principalmente à antecipação de pagamento visando maior eficiência financeira, explicou a companhia.