Lucro da Vale cai 8,6% no primeiro trimestre do ano, para US$ 1,68 bilhão

255

São Paulo, 24 de abril de 2024 – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 8,6% no primeiro trimestre, para US$ 1,68 bilhão, enquanto a receita líquida cresceu 0,3%, para US$ 8,46 bilhões. Principais fatores que impactaram o lucro líquido em 1T24 vs. 1T23 foram ebitda proforma, principalmente devido aos menores preços realizados de finos de minério de ferro, níquel e cobre, parcialmente compensado por maiores volumes de vendas de minério de ferro e cobre; Brumadinho e descaracterização de barragens; redução ao valor recuperável e baixas de ativos não-circulantes; ebitda de coligadas e JVs; resultado de participações e lucro líquido (prejuízo) atribuído aos acionistas não controladores (ausência de impactos de impairment observados no 1T23); resultados financeiros de efeito positivo da marcação a mercado das debêntures participativas e ganhos na variação cambial; tributos sobre lucros; e depreciação, amortização e exaustão.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes – diminuiu 7,4%, para US$ 3,438 bilhões. O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19, caiu 9,0%, para US$ 3,48 bilhões.

Os custos e despesas gerais da Vale cresceram 9,1%, para US$ 5,9 bilhões, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho caíram 63,1%, para US$ 41 milhões.

Os investimentos da mineradora cresceram 23,5%, para US$ 1,4 bilhão. Os investimentos em projetos de crescimento totalizaram US$ 367 milhões no 1T, US$ 41 milhões maior a/a, devido ao aumento dos gastos na execução dos projetos Serra Sul 120 Mtpa, Capanema e o 2º forno da Onça Puma, conforme a construção dos projetos avança.

O CAPEX estimado do projeto Serra Sul, de 120 Mtpa, foi revisto para US$ 2,8 bilhões (em relação ao US$ 1,5 bilhão) devido a: (a) aumento dos custos de insumos e de serviços, resultado do efeito combinado de um cenário econômico inflacionário desde a aprovação do projeto e ao atraso de quase 18 meses na emissão da licença de instalação, (b) mudanças de engenharia das linhas de processamento da planta, e (c) revisão do orçamento de contingência. O start-up do projeto no segundo semestre de 2026 e a adição de 20 Mtpa de capacidade não foram alterados

Por área de negócio, a receita da Vale na unidade de minerais ferrosos cresceu 9,6%, para US$ 7,03 bilhões, enquanto no segmento de metais básicos o faturamento foi de US$ 833 milhões, queda de 36,9%. No segmento de carvão, a receita da companhia somou US$ 0 mil.

No trimestre, o preço médio realizado na venda de finos de minério de ferro caiu 7,3% na comparação anual, para US$ 100,70 por tonelada. O preço médio de venda de minério de ferro em pelotas subiu 5,8%, para US$ 171,90 por tonelada. O preço médio de venda da tonelada do carvão ficou negativo em US$ ,00.

A dívida líquida da companhia ao fim do primeiro trimestre cresceu 22,8%, para US$ 10,105 bilhões, o que equivale a 0,6 vez o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Vale num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0,5 vez. O fluxo de caixa livre da mineradora encolheu 12,4%, para US$ 2 bilhões.

A dívida líquida expandida aumentou em US$ 224 milhões t/t, totalizando US$ 16,4 bilhões. A meta de dívida líquida expandida da Vale permanece em US$ 10-20 bilhões. O prazo médio da dívida diminuiu ligeiramente para 7,5 anos (comparado a 7,9 anos no final do 4T23). O custo médio anual da dívida após swaps cambiais e de taxa de juros foi de 5,7%, relativamente estável t/t.

“Começamos o ano de 2024 bem, impulsionados pelo nosso compromisso com a excelência operacional. No negócio de Soluções de Minério de Ferro, nossas vendas de minério de ferro aumentaram 15% ano a ano, apoiadas por uma produção forte a maior produção de um 1º trimestre desde 2019. Nós também estamos tendo progresso nos nossos projetos de crescimento, que ajudarão a melhorar a qualidade e flexibilidade do nosso portfolio de produtos. Dentro do negócio de Metais para Transição Energética, o melhor desempenho no complexo de Salobo, aliado ao ramp-up da planta de Salobo 3, permitiu o aumento na produção de cobre e nos volumes de vendas”, comentou Eduardo Bartolomeo, CEO.

“Resultados promissores também foram vistos em nossas operações de níquel no Canadá, com maior disponibilidade de minério próprio. Alinhados ao nosso compromisso com a sociedade, temos orgulho de ter alcançado consumo de energia 100% renovável no Brasil, dois anos antes do previsto. Ao continuarmos nossa jornada, seguimos comprometidos com a construção de um Vale ainda melhor”, disse o executivo em sua mensagem no relatório do 1T24.