São Paulo – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 36,3% no terceiro trimestre, para US$ 2,84 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 7,0%, para US$ 10,62 bilhões. Os principais fatores que impactaram o lucro líquido do 3T23 sobre 3T22 foram, do lado positivo, o crescimento do ebitda proforma, devido aos maiores preços realizados de minério de ferro e aos maiores volumes de vendas de minério de ferro e pelotas, e a um ganho de R$ 677 milhões em tributos sobre lucros e devido a uma redução no lucro tributável. Do lado negativo, resultado financeiro negativo de US$ 2,7 bilhões, principalmente devido ao ajuste de variação cambial acumulada em 2022; e a marcação a mercado do valor das debêntures participativas.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes – aumentou 13,9%, para US$ 4,177 bilhões.
O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19, subiu 12,0%, para US$ 4,48 bilhões.
O ebitda do negócio de Soluções de Minério de Ferro aumentou 18% a/a e 13% t/t, devido, principalmente, aos maiores preços realizados de minério de ferro e aos maiores volumes de vendas.
O custo caixa C1 de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, diminuiu 7% t/t, atingindo US$ 21,9/t, no caminho para atingir o guidance de US$ 21,5/t a 22,5/t para o ano.
O fluxo de Caixa Livre das Operações de US$ 1,1 bilhão no 3T, representando uma conversão de EBITDA em caixa de 25%.
Os custos e despesas gerais da Vale encolheram 1,4%, para US$ 6,41 bilhões, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho e descaracterização de barragens caíram para US$ 305 milhões no 3T23, de US$ 336 milhões um ano antes. O desembolso de caixa dos compromissos de Brumadinho e descaracterização desde 2019 até o 3T23 totalizam 10,2 bilhões.
Os investimentos da mineradora cresceram 19,0%, para US$ 1,46 bilhão, incluindo investimentos de crescimento e de manutenção, US$ 300 milhões maior a/a, principalmente como resultado do progresso contínuo de projetos-chave como Serra Sul 120 Mtpa, Capanema, expansão da mina de Voiseys Bay e Salobo III.
Por área de negócio, a receita da Vale na unidade de minerais ferrosos cresceu 13,2%, para US$ 8,86 bilhões, enquanto no segmento de metais básicos o faturamento foi de US$ 379 milhões, alta de 4,1%.
No trimestre, o preço médio realizado na venda de finos de minério de ferro subiu para US$ 105,1 por tonelada, de US$ 92,6/t no 3T22. O preço médio de venda de minério de ferro em pelotas caiu para US$ 161,2 por tonelada, de US$ 194,3/t.
A dívida líquida da companhia ao fim do terceiro trimestre cresceu 43,4%, para US$ 10,009 bilhões, o que equivale a 0,6 vez o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Vale num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0,2 vez.
A dívida líquida expandida de US$ 15,5 bilhões em 30 de setembro de 2023, US$ 0,8 bilhão maior t/t, refletindo, principalmente, os juros sobre capital próprio pagos aos acionistas no trimestre.
Na data de hoje, o conselho de administração aprovou a distribuição de US$ 2,0 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, a serem pagos em 1º de dezembro – informação que já havia sido divulgada antes do fechamento do pregão de hoje, após “vazamento” para a imprensa.
O CEO da Vale comentou, no relatório: “Continuamos avançando significativamente em nossas prioridades estratégicas e de negócios. Em Soluções de Minério de Ferro, estamos no caminho para atingir o guidance, com o aumento da produção até o momento, melhora na qualidade média e redução do gap entre produção e vendas no trimestre. Em Metais para Transição Energética, estamos avançando na revisão de ativos visando alcançar a excelência operacional. A transição da mina Voisey’s Bay para lavra subterrânea e as atividades de manutenção apoiarão o desempenho sustentável do ativo. No segmento de Cobre, o ramp-up bem-sucedido de Salobo III contribui para uma maior produção total e menores custos unitários. Estamos avançando em direção aos nossos objetivos de longo prazo, com o início dos testes de carga em nossa primeira planta de briquetes e a assinatura de dois novos acordos para o desenvolvimento de Mega Hubs. Também concluímos a descaracterização do Dique 2 e reduzimos o nível de emergência da barragem B3/B4 para 1, conforme nosso novo framework para gestão de barragens estabelecido em 2019. Continuaremos executando nossa estratégia para transformar a Vale em uma referência na criação e compartilhamento de valor para todos os nossos stakeholders.”