Lucro líquido ajustado da Localiza recua 12,5% no 4° trimestre

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São Paulo, SP – A Localiza divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido ajustado de R$ 637,7 milhões, queda de 12,5% em comparação com o último trimestre de 2021. O lucro líquido foi de R$ 443 milhões, recuou de 37% em relação ao mesmo período de 2021.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 2,16 bilhões, alta de 30,8% em relação ao mesmo período de 2021. A margem Ebitda ajustada foi de 67,6%, alta de 4,2 pontos percentuais (p.p.) ante 63,4% um ano antes.

O Ebitda consolidado totalizou R$ 2 bilhões, crescimento de 25,3% em comparação ao Ebitda proforma do mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado pelas despesas com a combinação de negócios.

A receita líquida consolidada ficou em R$ 5,88 bilhões, alta de 40,3% na comparação anual. Em aluguéis, a receita foi de R$ 3,20 bilhões, avanço de 23,7% em relação ao último trimestre de 2021. Já a receita dos seminovos ficou em R$ 2,59 bilhões, alta de 61,8% em comparação com o quarto trimestre de 2021.

A margem Ebitda da divisão de Aluguel de Carros foi 61%, excluindo-se os efeitos one-offs da combinação de negócios. A margem Ebitda contábil foi de 59,2%, apresentando um ganho de 8.5p.p. em relação ao proforma do quarto trimestre de 2021. O crescimento da diária média e o início do processo de renovação da frota contribuíram para os ganhos de margem, mesmo com maiores custos de mobilização em razão da forte compra de carros e efeitos do carve-out. Nesse trimestre, tivemos impacto negativo de R$ 25,3 milhões na divisão de Aluguel de Carros, equivalente a 1,4p.p. de Ebitda, decorrente da equalização de práticas contábeis, não incluídos na margem ajustada de 61,0%.

A divisão de Gestão de Frotas apresentou margem de 63,8%. Se ajustada para as despesas da combinação de negócios, a margem totalizaria 66,5%. Nesta divisão, a margem foi positivamente impactada pelo avanço do volume e da diária média, que compensaram o aumento dos custos de mobilização de frota no trimestre. Gastos com novas iniciativas impactaram negativamente a margem em 0,9p.p.

Em Seminovos a margem Ebitda foi de 3,7%. Excluídos os one-offs da integração e efeitos das iniciativas de compra e venda de carros de terceiros (Acelero e Willz), que estão sendo descontinuadas, a margem ajustada seria de 5,2%.

O EBIT totalizou R$1.225,8 milhões, redução de 4,8% em relação ao mesmo período de 2021 proforma. O EBIT ajustado para despesas com a combinação de negócios totalizou R$ 1,48 bilhão no trimestre, representando um aumento de 9,9% se comparado ao último trimestre de 2021 proforma ajustado. Conforme demonstrado no gráfico abaixo, os ajustes feitos no EBIT são relativos a despesas com a integração, efeitos das operações descontinuadas e custos não-caixa associados a amortização da mais valia de frota e clientes.

Em 2022, a divisão de Aluguel de Carros entregou uma receita líquida proforma de R$ 7,4 bilhões, crescimento de 28,2% em relação ao ano anterior, decorrente do aumento de 4,0% no volume e de 23,6% no preço da diária média, mesmo com o impacto da venda de 49 mil carros como parte do carveout no quarto trimestre de 2022.

A tarifa média do trimestre foi de R$ 115,7, refletindo a gestão de preço e mix. Alcançamos taxa de utilização de 77,9%, mesmo com a forte adição de 35 mil carros nessa divisão e os efeitos da improdutividade gerada pela ativação e desativação de carros.

A divisão de Gestão de Frotas trouxe receita líquida 58,9% maior em relação ao mesmo período do ano anterior na comparação proforma, resultado do crescimento de 30,1% no volume e 20,6% na diária média. Em 2022, houve aumento de 48,6% na receita e 25,2% no volume dessa divisão, em relação ao mesmo período do ano passado.

A forte demanda por gestão de frotas e carro por assinatura decorre da competitividade do aluguel em relação à propriedade do ativo, em cenário de taxa de juros elevada e aumento de preço do carro novo.

Com maior entrada de carros a partir do segundo semestre, Seminovos acelerou o volume de vendas, alcançando 141,2 mil carros e receita líquida de R$ 9,7 bilhões, superior em 14,1% quando comparada à receita de 2021. Com a forte compra de carros no segundo semestre de 2022, o ratio dívida líquida/EBITDA alcançou 3,2x e deverá reduzir à medida que estes investimentos comecem a maturar. Por fim, o ROIC-spread atingiu 6,7 pontos percentuais, refletindo a capacidade de geração de valor da companhia.

No quarto trimestre de 2022, como parte do processo de combinação de negócios, a companhia efetivou a venda do carve-out, que incluiu cerca de 49 mil carros da frota, impactando negativamente o número de diárias do trimestre.

As vendas diretas (venda para frotistas, incluindo locadoras) continuaram ganhando relevância e a companhia aumentou a sua participação nas compras, somando 97.358 carros comprados e 41.493 vendidos. Como resultado, a Localiza apresentou mais um trimestre de forte adição de 55.865 carros na frota (desconsiderados os efeitos do carve-out).

A companhia informou que, em cenário de retomada de disponibilidade de carros novos, os planos de compra para 2023 foram negociados em condições que viabilizam níveis de retorno para esses carros dentro dos seus objetivos de rentabilidade.

Os volumes de venda de carros no quarto trimestre de 2022 tiveram avanço de 71,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, permanecendo em patamar próximo ao do terceiro trimestre de 2022, impactados pelo processo de integração de 57 lojas de Seminovos, que envolveu rebranding, troca de sistemas e treinamento das equipes, além dos efeitos pontuais da eleição e Copa do Mundo. A partir de janeiro de 2023, ampliamos os volumes de venda na Seminovos, encerrando o primeiro bimestre do ano com cerca de 35 mil carros vendidos.

No ano, foram comprados 298,5 mil e vendidos 141,2 mil carros, resultando em forte adição de 157,3 mil carros à frota com investimento líquido de R$ 17,2 bilhões entre crescimento e renovação da frota.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida somava R$ 26,1 bilhões. O crescimento de 41,5%, ou R$ 7,7 bilhões em relação à dívida inicial da Companhia combinada é explicado, principalmente, pelo crescimento da frota. A Companhia encerrou o trimestre com R$ 6,9 bilhões em caixa. Considerando as captações anunciadas até ontem, a posição proforma de caixa seria de R$ 10,6 bilhões.