Lucro líquido ajustado do Bradesco recua 11,5% no 3° trimestre

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São Paulo, SP – O lucro líquido do Bradesco diminuiu 11,5% no terceiro trimestre, para R$ 4,62 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 4,62 bilhões, caindo 11,3% em relação a um ano antes.

O banco disse que o aumento de 2,3% no lucro líquido do trimestre foi influenciado pelos resultados positivos das receitas de serviços, margem com mercado, e redução de R$ 1,1 bilhão na PDD principalmente no massificado refletindo a melhora da qualidade das novas safras de crédito. As operações de Seguros, Previdência e Capitalização continuam em níveis elevados e as despesas operacionais permaneceram alinhadas às expectativas.

A boa performance das receitas de serviços e do resultado de seguros amenizou, parcialmente, o efeito do resultado da margem com clientes, as maiores despesas com contingências cíveis, os investimentos em tecnologia e o efeito do acordo coletivo ocorrido no 3T23.

A carteira de crédito expandida do Bradesco diminuiu 0,1%, para R$ 877,5 bilhões. O valor considera empréstimos, avais, fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartão de crédito, debêntures, notas promissórias, coobrigação em cessões para certificados de recebíveis imobiliários e crédito rural, cédula do produto rural (CPR), certificados de recebíveis imobiliário (CRI), certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA) e fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC).

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (RoE, na sigla em inglês) anualizado encolheu 1,7 pontos porcentuais (pp) no terceiro trimestre, para 11,3%. A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias cresceu 2,2 pp em relação a um ano antes, para 6,1% da carteira de crédito expandida.

A despesa do Bradesco com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 26,4% no terceiro trimestre, para R$ 9,19 bilhões, e o saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 59,14 bilhões, subindo 17,5% em relação a um ano antes.

O Bradesco disse que “a margem com clientes apresentou queda de 4,9% em termos nominais e 0,6 p.p. na taxa média, comparada ao segundo trimestre de 2023, devido ao mix de produtos e menores spreads, o que reflete o foco na qualidade das concessões com maior discriminação do risco de nossas operações. A margem líquida de PDD apresentou aumento de 0,2 p.p. devido à redução da despesa com PDD. No acumulado de 9M23, tivemos uma redução de 1,7% na margem com clientes em relação ao mesmo período do ano anterior, como consequência da mudança de mix e redução da margem de passivos.”

“A margem de mercado mantém trajetória de recuperação gradual. Em relação ao trimestre anterior houve aumento de R$ 119 milhões e de R$ 1,3 bilhão frente ao 3T22, desempenho relacionado à melhora no resultado de ALM”, explicou o banco.