São Paulo – O lucro líquido ajustado atribuível aos controladores do Carrefour foi de R$ 766 milhões no quarto trimestre de 2021, queda de 13,5%, na base anual. No ano, o indicador somou 2,4 bilhões, queda de 13,0% ante 2020.
O presidente da companhia, Stéphane Maquaire, disse que “o Grupo Carrefour apresentou um desempenho muito resiliente no 4T e no ano de 2021, com crescimento nas vendas brutas e ebitda ajustado, mesmo diante de uma base de comparação muito difícil. A expansão do Atacadão acelerou e o Banco Carrefour continuou sua forte recuperação, enquanto as vendas de alimentos do Carrefour Varejo voltaram a crescer e a recuperação da Unidade de Negócios está a caminho.”
O lucro bruto atingiu R$ 4,3 bilhões no 4T21, crescendo 8,2%, impulsionado pelo crescimento das vendas do Atacadão e do Banco Carrefour, que mais uma vez conseguiram mais do que compensar a pressão esperada nas operações de Varejo. “A margem bruta consolidada foi de 20,6%, aumentando 0,8 p.p. a/a, impulsionada principalmente pelas compras oportunísticas do Atacadão em meio ao ambiente inflacionário desafiador”, disse a companhia, no relatório de resultados.
A receita líquida total aumentou 4,0% no trimestre e alcançou R$ 20,7 bilhões na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 1,7 bilhão no quarto trimestre, 1,4% maior que o visto em igual período de 2020. A margem ebitda ajustada caiu 0,2 ponto percentual (pp) no período, para 8,5%.
Por segmento, as vendas líquidas do Atacadão somaram R$ 15,2 bilhões, alta de 6,4% na comparação anual, enquanto no Varejo as vendas diminuíram 2,4% e alcançaram R$ 5,5 bilhões.
O Banco Carrefour, por sua vez, somou R$ 1,0 bilhão em vendas totais, 39,5% superior ao mesmo período de 2020.
SINERGIAS COM BIG
O Carrefour elevou a previsão de sinergias relativas à integração do Grupo BIG, de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado por três anos, contados do fechamento da operação, de R$1,7 bilhão para R$ 2 bilhões. A conclusão da operação ainda depende do atendimento de algumas condições como a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“O valor inicialmente previsto de sinergias estava baseado em premissas conservadoras e que ainda precisavam ser refinadas, sendo esperado um aumento de ao menos 15% no valor inicialmente identificado, totalizando um aumento no ebitda ajustado da Companhia, por três anos contados do fechamento da Operação, de R$ 2 bilhões”, explicou a companhia, em fato relevante.
O aumento das potenciais sinergias foi relativo, principalmente a ganhos de densidade de vendas e conversão de lojas; sinergias de procurement; e à otimização dos custos indiretos e maior eficiência da cadeia de suprimentos.
As sinergias esperadas baseiam-se no histórico de integrações passadas e no melhor entendimento da Companhia sobre o potencial das operações e estruturas combinadas.
A companhia manteve a estimativa para o valor de vendas brutas informado em 24 de setembro de 2021, de atingir R$100 bilhões em vendas brutas no exercício social que se encerrará em 31 de dezembro de 2024, exclusivamente relacionados à unidade de negócios de atacarejo, conduzida sob a marca “Atacadão”. “Tal número é baseado na taxa de crescimento anual composta (CAGR) histórica da Unidade Atacadão, de 15% ao ano, verificada entre os anos de 2017 e 2020, incluindo também o faturamento de 2020 da unidade de atacarejo do Grupo BIG, conduzida sob a marca “Maxxi”, cujo fechamento ainda não ocorreu”, acrescentou.
No que diz respeito à projeção de atingimento de R$ 60 bilhões em vendas brutas pela Companhia no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021 (também divulgada no Fato Relevante de 24 de setembro de 2021), exclusivamente relacionada à Unidade Atacadão e baseada na CAGR Histórica, a administração da Companhia informa que as vendas brutas da Unidade Atacadão em tal exercício somaram R$ 58.993.206.100,00.