Lucro líquido da B3 cai 8,8% no 4º trimestre de 2023, para R$ 915,5 milhões

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São Paulo – O lucro líquido da B3 diminuiu 8,8% no quarto trimestre de 2023, para R$ 915,5 milhões, enquanto em termos ajustados, que removem do resultado despesas ou ganhos não recorrentes, o lucro da B3 caiu 8,2% no quarto trimestre de 2023, para R$ 1,1 bilhão.

A receita líquida encolheu 2,9%, para R$ 2,5 bilhões no 4T23, na comparação anual. “Com as receitas do segmento Listado caindo 13,5%, a resiliência da estrutura de negócios da companhia mais uma vez se mostrou importante, com os demais segmentos apresentando bons desempenhos. Excluindo os efeitos da consolidação da Neurotech, a receita total teria sido de R$2.455,7 milhões, 4,4% abaixo do 4T22”, explicou a B3, em seu relatório do resultado.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente diminuiu 10,3%, para R$ 1,5 bilhão. O ebitda caiu 8,8%, para R$ 1,45 bilhão no 4T23.

As despesas da B3 cresceram 9,9%, para R$ 1,1 bilhão. Em termos ajustados, que excluem depreciação e amortização, programas de incentivo baseados em ações, provisões e gastos atrelados ao faturamento, as despesas subiram 12,9%, para R$ 633,1 milhões. “Vale destacar que os crescimentos das despesas totais de 9,9% e 18,9% em relação ao 4T22 e 3T23, respectivamente, foram impactados principalmente por despesas incorridas com a operação da plataforma do programa Desenrola e contribuições relativas à atividade de autorregulação para fazer frente às necessidades de caixa, pelo menos, dos próximos dois anos. Mesmo com esses itens, a B3 foi capaz de atingir a banda inferior de seu guidance de despesas como sinalizado ao longo do exercício”, disse a empresa, no relatório.

A B3 comentou que as incertezas sobre o comportamento das taxas de juros nos EUA e nas principais economias do mundo continuaram afetando os mercados de capitais globais, com impacto negativo nos volumes negociados de ações nas principais bolsas do mundo. A empresa mencionou que, no Brasil, durante o trimestre, o Banco Central anunciou trêes quedas de 0,5 p.p., levando a taxa básica de juros para 11,75% a.a. ao final de 2023. Adicionalmente, houve mais uma queda no início de 2024 levando a taxa de juros para 11,25% a.a.

“Ainda que tenham ocorrido reduções na taxa de juros ao longo do ano no Brasil, o nível de juros ainda elevado não permitiu que o segmento de Ações e Instrumentos de Renda Variável apresentasse recuperação consistente no 4T23. O volume financeiro médio diário negociado (ADTV) em ações totalizou R$24,3 bilhões no 4T23, uma alta de 2,0% na comparação com o 3T23, refletindo uma ligeira recuperação na atividade do mercado de capitais após um período sazonalmente mais fraco, mas uma queda de 24,8% em relação ao 4T22, principalmente devido às eleições de 2022 que impactaram os volumes do segmento nesse período”, comentou a diretoria da B3.

Em derivativos listados, o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,2 milhões de contratos, alta de 4,8% e 35,7% em relação ao 3T23 e ao 4T22, respectivamente, principalmente devido ao desempenho positivo dos contratos de taxas de juros em R$. No segmento de balcão, o cenário de taxas de juros mais altas continuou favorecendo os volumes com crescimento de 14,3% no estoque de instrumentos de renda fixa e de 26,4% no estoque do Tesouro Direto em relação ao 4T22.