Lucro líquido da Braskem cai 37% no 4° trimestre de 2021

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São Paulo – A Braskem registrou lucro líquido de R$ 530 milhões no quarto trimestre de 2021, queda de 37% na comparação anual. Em dólares, o lucro líquido foi de US$ 103 milhões, queda de 25% em relação ao quarto trimestre de 2020. Em 2021, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 14,0 bilhões (US$ 2,6 bi), revertendo prejuízo de R$ 6,7 bilhões (US$ 1,4 bi) em 2020.
“A Braskem fechou 2021 com resultados históricos, tanto de resultado operacional recorrente quanto de lucro líquido e de geração de caixa. O ano foi marcado também pelo baixo patamar de alavancagem, pelo retorno da companhia ao grau de investimento na classificação das agências de risco e pelos avanços na pauta ESG (ambiente, responsabilidade social e governança, na sigla em inglês)”, disse a empresa, em nota.
A receita líquida somou R$ 28,2 bilhões no período, 51% maior que a vista na base anual. Em dólares, totalizou US$ 5,0 bilhões, alta de 45% na mesma base.
O resultado operacional recorrente alcançou R$ 6,3 bilhões no período, alta de 40% na comparação anual, ou de US$ 1,1 bilhão (+36%). O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 2,5 bilhões, revertendo resultado positivo de R$ 898 milhões milhões na mesma base de comparação. Em dólares, o resultado foi negativo em US$ 445 milhões, ante US$ 172 milhões positivos um ano antes.
A companhia atribuiu o resultado operacional recorrente em dólar em função dos melhores spreads internacionais de principais químicos, PE e PVC no Brasil, PP nos Estados Unidos e Europa e PE no México; e do maior volume de vendas de principais químicos e PVC no Brasil, e PP na Europa e PE no México. Em reais, o resultado foi 40% superior ao 4T20, em função da depreciação do real frente ao dólar de 6,8% e 3,5%, respectivamente.
No âmbito operacional, a demanda de resinas no mercado brasileiro (PE, PP e PVC) foi de 1,3 milhão de toneladas, queda em relação ao 3T21 (-3%), em função da sazonalidade do período e menor demanda em alguns segmentos da economia, como agroindústria. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2020, queda (-20%), em função do efeito de recomposição de estoques na cadeia de transformação no 4T20 após impactos do COVID.
A taxa de operação das resinas no mercado brasileiro alcançou 85% no quarto trimestre de 2021, igual à registrada no mesmo período de 2020, e aumento em relação ao 3T21 (+6 p.p.), em função da maior disponibilidade de matéria-prima na central petroquímica do Rio de Janeiro; e da maior demanda de PE no mercado brasileiro.
As vendas de resina no Brasil caíram 13% e somaram 869,0 mil toneladas no período.
Os spreads de petroquímicos de resinas foram de US$ 672 por tonelada, uma queda de 21% no quarto trimestre na comparação anual. O preço de resina no período subiu 37% e somou US$ 1.454 por tonelada.
Ao final do trimestre, a dívida líquida ajustada da petroquímica era de US$ 4,8 bilhões, 8% inferior que o visto no mesmo período do ano passado. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda recorrente, encerrou o período em 0,94 vez, queda de 68% na mesma base de comparação.
MÉXICO
No México, a taxa de utilização das plantas de polietileno no quarto trimestre foi de 81%, aumento de 13 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 34 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2020. Isso ocorreu por conta do recorde trimestral das importações de etano dos EUA pela solução Fast Track e pelo aumento do fornecimento de etano pela estatal de petróleo e gás mexicana, a Pemex, em linha com os volumes estabelecidos no aditivo ao contrato de fornecimento de etano assinado em outubro de 2021. Adicionalmente, os Conselhos de Administração da Braskem Idesa e da Braskem aprovaram o investimento de US$ 400 milhões para a construção de um terminal
de importação de etano no México.
ALAGOAS
Ao final de 2021, a Braskem totaliza R$7,6 bilhões em provisões relacionadas às reparações relacionadas aos danos causados por suas atividades em Alagoas, de R$ 9,1 bilhões em 2020.
“Com base em sua avaliação e dos seus assessores externos, levando em consideração os efeitos de curto e longo prazo dos estudos técnicos, as informações existentes e a melhor estimativa dos gastos para implementação das diversas medidas referentes ao evento geológico em Alagoas, a provisão registrada em 31 de dezembro de 2021 era de R$ 7,7 bilhões sendo R$ 4,4 bilhões apresentados no passivo circulante e R$ 3,3 bilhões no passivo não circulante.”
Em Alagoas, continua o trabalho do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, que é fruto do acordo entre a Braskem e autoridades alagoanas para o atendimento da população afetada pelo fenômeno geológico em Maceió.
Até fevereiro de 2022, mais de 14 mil imóveis já foram desocupados, ultrapassando 97% do total da área definida pela Defesa Civil. Mais de 13 mil propostas de indenização foram apresentadas, com 99,5% de aceitação. Dessas, 10,2 mil indenizações já foram pagas, num total de R$ 2,18 bilhões entre indenizações e auxílios financeiros. Mais de 3,4 mil propostas de compensação foram apresentadas para comerciantes e empresários.
A companhia afirma “que vem atuando proativamente em todas as dimensões relativas a Alagoas e cumprindo integralmente os compromissos assumidos”, ressaltando ainda: conclusão do diagnóstico ambiental da área e avanço significativo no diagnóstico social; conclusão do Plano de Mobilidade Urbana e início das ações previsto para o próximo trimestre; início das obras de demolição da encosta do Mutange; e plano de fechamento dos poços de sal ultrapassando 48% de avanço no enchimento com areia das duas primeiras cavidades.
“Olhando para o futuro, a Braskem manterá o foco em seus pilares estratégicos, que são: a busca por maior produtividade e competitividade; o crescimento e a diversificação geográfica, de matérias-primas e de produtos e a sustentabilidade. Assim, em 2022 a empresa prevê como importantes “avenidas de crescimento” os negócios de renováveis e de reciclagem e a melhoria da produtividade dos ativos existentes”, finalizou a companhia.