São Paulo, SP – A Eletrobras divulgou na noite de ontem (6) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 7,195 bilhões, alta de 387.3% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$
9,268 bilhões, alta de 164,7% em comparação ao mesmo período de 2023. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 7,563 bilhões, alta de 588,3% em relação ao 3T24.
O lucro Líquido societário ajustado foi de R$ 7,563 bilhões (aumento de 588% vs 3T23) em função do EBITDA mais elevado e também do reconhecimento da remensuração dos ativos de transmissão após a RTP 2024 no montante líquido de R$ 5,417 bilhões (que impactou positivamente o EBITDA societário mas foi neutro no regulatório).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 11,964 bilhões, alta de 164,1% em relação ao 3T23. De janeiro a setembro, o Ebitda ajustado foi de R$ 20,698 bilhões, alta de 33,9% em comparação ao mesmo período de 2023. Já o Ebitda regulatório foi de R$ 6,970 bilhões, alta de 7% em comparação ao 3T23. Segundo a companhia, o resultado reflete, principalmente, o efeito positivo da Remensuração Regulatória dos contratos de transmissão, na ordem de R$ 6,130 bilhões. Além disso, destaca-se o aumento de receita, mais que compensando o aumento de
custos com geração, combinado a um avanço tímido nas despesas de PMSO e provisões. Por fim, observou-se um aumento da contribuição de participações societárias.
A margem Ebitda foi de 110,1%, alta de 55,3 pontos percentuais em comparação ao 3T23. De janeiro a setembro, a margem Ebitda foi de 75,3%, alta de 15,5 p.p. Já a margem Ebitda ajustado foi de 108,3%, alta de 56,3 p.p.
A Receita Operacional Líquida foi de R$ 11,043 bilhões, alta de 25,8% na comparação anual. De janeiro a setembro, a receita operacional líquida foi de R$ 28,156 bilhões, alta de 3,4% em relação aos três primeiros trimestres de 2023.
A receita líquida regulatória adicionou R$ 801 milhões ao resultado, destaque para a receita com as extensões contratuais de Tucuruí de R$ 1,327 bilhão em julho e agosto, foi parcialmente compensada pela redução de R$ 695 milhões na receita de transmissão.
No 3T24, os recursos gerados pelas atividades operacionais alcançaram R$ 8,0 bilhões, aumento de R$ 3,4 bilhões em relação aos R$ 4,6 bilhões registrados no 3T23. O fluxo de caixa livre positivo totalizou R$ 6,1 bilhões no 3T24. A geração de caixa no 3T24 foi utilizada para pagar o serviço da dívida (R$ 1,4 bilhão), realizar investimentos (R$ 1,9 bilhão) e pagar litígios (R$ 1,1 bilhão).
As empresas Eletrobras venderam 38,7 TWh de energia no 3T24, aumento de 18% em relação aos 32,8 TWh negociados no 3T23. Os volumes vendidos incluem a energia das usinas sob o regime de cotas, renovadas pela Lei 12.783/2013, bem como das usinas sob regime de exploração (Ambiente de Contratação Livre – ACL e Ambiente de Contratação Regulado – ACR) e das SPEs consolidadas (UHEs Teles Pires, a partir de out/23; Baguari, a partir de out/23; Retiro Baixo, a partir de nov/23; e Santo Antonio, a partir de nov/23).
No 3T24, a companhia tinha em seu portfólio 86 usinas, sendo 47 hidrelétricas, 7 térmicas, 31 eólicas e 1 solar, considerando os empreendimentos corporativos, propriedade compartilhada e participações via SPEs. Frente o 2T24, houve redução de 13 eólicas, referente à alienação dos parques Chapada do Piauí I e II (com participação pertencente à Holding) e aumento de 1 parque referente à entrada em operação comercial do parque Coxilha Negra 2 da CGT Eletrosul. No total reduziu de 43 para 31. A capacidade instalada total atingiu 44.191 MW no 3T24, o que representa 22% do total instalado no Brasil. Desse total, 97% vêm de fontes limpas, com baixa emissão de gases de efeito estufa. A companhia encerrou o 3T24 com 74,0 mil km de linhas, sendo 67,1 mil km de linhas próprias e 6,8 mil km em parceria, e 404 subestações, considerando 295 próprias e 109 de terceiros.
A dívida bruta alcançou R$ 69,9 bilhões no 3T24, redução de R$ 2,0 bilhões em comparação ao 2T24 e em linha com o 3T23. No 3T24, emitimos títulos (bonds) no volume total de US$ 750 milhões no mercado internacional (R$ 4,2 bilhões) para refinanciamento de dívidas. Essa foi a primeira emissão de dívida em dólar da Eletrobras pós-privatização.
Como resultado da gestão de passivos e da redução de 200 bps da taxa de juros básica (Selic), o prazo médio da dívida foi reduzido em cerca de 0,2 meses e o custo médio total passou de CDI + 1,08% a.a. para CDI + 0,59% a.a. em relação ao 3T23. A relação dívida liquida/ EBITDA regulatório ajustado alcançou 1,7x no 3T24, 1,9x no 2T24 e de 1,8x no 3T23.