São Paulo, SP – A Energisa registrou lucro líquido de R$ 474,7 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 45% em relação a igual período do ano anterior. O resultado considera, principalmente, a queda de 34,3% no resultado do segmento distribuição, avanço de 278% em transmissão, queda na (re) energisa (geração distribuída, comercialização de energia e
serviços).
Além dos efeitos mencionados no EBITDA, o lucro líquido também foi afetado pela MtM do bônus de subscrição que impactou em R$ 343,1 milhões, compensando parcialmente pelo efeito positivo do MtM relativo a opção de compra das ações da EPM de R$ 27,9 milhões após tributos.
Desconsiderando os efeitos não recorrentes e não caixa, o lucro líquido ajustado do trimestre seria de R$ 391,2 milhões, 31,4% (R$ 179,2 milhões) abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado, o lucro líquido ajustado atingiu R$ 1.329,0 milhões, redução de 19,4% (R$ 320,7 milhões) em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita operacional líquida foi de R$ 5,2 bilhões, o que representou uma diminuição de 22%, considerando o mesmo período de comparação. O crescimento foi limitado devido ao menor VNR reconhecido no trimestre, em função da redução do IPCA no período. No acumulado em 9M22, atingiu R$ 15,7 bilhões, redução de 6,5% em comparação anual.
No segmento de Distribuição, houve uma redução na receita operacional de 14,1% no trimestre, explicada principalmente pela não incidência de bandeira tarifária no trimestre, a variação negativa do VNR e aplicação de alíquotas reduzidas de ICMS e o aumento dos encargos setoriais.
No comparativo entre os trimestres de 2021 e 2022, o mercado total apresentou crescimento de 2,1%, impulsionado pelo consumo industrial, com destaque para as distribuidoras ETO (+ 7,3%), EAC (+7,4%) e ERO (+ 6,2%).
No segmento de Transmissão, o crescimento de receita é explicado principalmente pela aquisição da Gemini, concluída em 10 de junho de 2022, adicionando R$ 279,3 milhões de receita no 3T22.
Na (re) energisa, a Energisa Soluções foi responsável por um incremento de R$ 64,9 milhões na comparação com o terceiro trimestre de 2021, explicado principalmente pelos novos contratos de operação e manutenção de ativos elétricos.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 1,7 bilhão, ante R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre de 2021 e crescimento de 16,7% no ano a ano.
As vendas de energia (mercado cativo + TUSD) avançaram 2,1% no 3T22, frente ao 3T21 e resultou em 9.339,1 GWh. Considerando o consumo não-faturado o crescimento foi de 1,6% (9.416,7 GWh).
A posição consolidada de caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras e créditos setoriais totalizou R$ 6,3 bilhões em 30 de setembro, frente aos R$ 6,9 bilhões registrados em 30 de junho de 2022. A companhia ressalta que os referidos saldos incluem os créditos referentes à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC) e Conta de Compensação dos Valores da Parcela A (CVA), no montante positivo de R$ 335,0 milhões em 30 de setembro, contra R$ 878,2 milhões em 30 de junho de 2022.
Em 30 de setembro, a dívida líquida, deduzida dos créditos setoriais, foi de R$ 21,1 bilhões, contra R$ 20,8 bilhões em junho e R$ 17,2 bilhões em março de 2022. Consequentemente, a relação dívida líquida por EBITDA Ajustado Covenants se manteve no patamar de 2,8 vezes em junho e setembro de 2022. Os limites dos covenants para o ano de 2022 estão em 4,25 vezes.
