Lucro líquido da Eneva cresce 24,7% no 2° trimestre e chega a R$ 147,3 milhões

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São Paulo, SP – A Eneva divulgou o balanço do segundo trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 147,3 milhões, alta de 24,7% em relação ao mesmo período de 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado foi de R$ 503 milhões, crescimento de 33% na comparação anual.

A companhia disse que resultado é reflexo da exportação de energia para Argentina, do início de operação da UTE Jaguatirica II, da ampliação das margens fixas das usinas,
parcialmente compensando o menor despacho no período e do início da operação comercial da terceira turbina da UTE Jaguatirica II, que atingiu sua capacidade instalada total de 141 MW, com incremento no ebitda de R$ 55 milhões no trimestre.

A receita líquida operacional foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 40,1% ante o segundo trimestre do ano passado. A alavancagem (dívida líquida sobre o Ebitda dos últimos 12 meses) caiu
para 2,2 vezes ante 3,4 vezes no mesmo período de 2021.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 158 milhões, comparado ao resultado negativo de R$ 50 milhões no segundo trimestre de 2021. Os principais fatores responsáveis pelo crescimento das despesas financeiras foram o aumento expressivo do CDI médio no período versus o segundo trimestre de 2021 e o reconhecimento integral no resultado, a partir deste trimestre, de juros, correção monetária e encargos referentes ao financiamento de Azulão-Jaguatirica, em função da entrada em operação total do projeto no segundo trimestre de 2022. Anteriormente estes valores estavam sendo classificados no imobilizado em andamento.

O fluxo de caixa operacional (FCO) totalizou R$ 306,2 milhões, alavancado pelo melhor resultado operacional do trimestre. O resultado foi parcialmente mitigado pela maior necessidade de capital de giro no trimestre comparado ao primeiro trimestre de 2022, principalmente em função do impacto negativo em fornecedores no valor total de R$ 238,7 milhões.

A companhia encerrou o trimestre com saldo de caixa livre consolidado de R$ 5 bilhões, sem contemplar o saldo em depósitos vinculados aos contratos de financiamento contabilizados no Ativo e Passivo, no montante de R$ 302,5 milhões.

O consumo médio de energia elétrica do Sistema Integrado Nacional (SIN) totalizou 68,1GWm, ligeiro aumento de 0,5% quando comparado aos 67,7GWm registrados no segundo trimestre de 2021.

O aumento foi concentrado nos meses de abril e maio de 2022, impulsionado pelo crescimento do consumo industrial, principalmente de produtos alimentícios, e da classe comercial de varejo e de serviços. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, foi observada uma tendência de redução dos volumes médios de consumo de energia, em linha com a sazonalidade esperada para o período.

A geração de energia por fontes hidrelétricas cresceu no segundo trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, sendo o subsistema Sul o principal responsável pelo aumento. No mês de junho de 2022, a geração hidrelétrica proveniente desse subsistema correspondia a 28% da geração hidrelétrica total do SIN, frente a 13% em junho de 2021 e a 7% em março de 2022.

A companhia disse que com o hidrológico favorável, o PLD se manteve no piso regulatório estrutural de R$ 55,70/MWh, em todos os submercados, ao longo de todo o segundo
trimestre de 2022.

A produção de gás natural da Companhia totalizou 0,24 bilhão de metros cúbicos (bcm), dos quais 0,20 bcm foram no Complexo Parnaíba, no Parque dos Gaviões, e 0,04 bcm foram na Bacia do Amazonas, no Campo de Azulão, após o início da operação comercial da UTE Jaguatirica II ao longo do primeiro trimestre de 2022. A redução do volume de gás produzido no trimestre foi reflexo do menor despacho das usinas a gás do Parnaíba no segundo trimestre de 2022 frente ao mesmo período de 2021.

A Eneva encerrou o segundo trimestre de 2022 com reservas totais 2P de 44,0 bcm de gás natural, sendo 29,3 bcm na Bacia do Parnaíba e 14,8 bcm na Bacia do Amazonas, refletindo as reservas certificadas divulgadas nos relatórios de certificação de reservas referentes a 31 de dezembro de 2021 (Bacia do Parnaíba) e a 30 de abril de 2022 (Bacia do Amazonas), elaborados pela Gaffney, Cline & Associates (GCA), e descontado o consumo de gás ao longo dos períodos. A Eneva também contava com reservas 2P de 4,7 milhões de barris de condensado no Campo de Azulão, conforme relatório de 30 de abril de 2022 da GCA.

Os investimentos somaram R$ 871,8 milhões, sendo que deste montante, 57% foram destinados aos projetos em fase de construção (Usina Solar Futura 1, UTE Parnaíba V e UTE Parnaíba VI).

A dívida bruta consolidada (líquida do saldo de depósitos vinculados aos contratos de financiamento e custos de transação e incluindo impacto do arrendamento mercantil), em 30 de junho de 2022, totalizava R$ 10,2 bilhões, comparada a uma dívida de R$ 9,7 bilhões registrada no primeiro trimestre de 2022, e R$ 7,9 bilhões registrada no final de dezembro de 2021.