São Paulo, SP – A Klabin divulgou nesta manhã o balanço do terceiro trimestre de 2024, com lucro líquido R$ 729 milhões, bem acima do lucro líquido registrado no mesmo período do ano passado (3T23), que foi de R$ 244 milhões. De janeiro a setembro, o lucro líquido
foi de R$ 1,504 bilhão, queda de 39% em comparação ao mesmo período de 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 1,805 bilhão, alta de 33% em relação ao 3T23. De janeiro a setembro, o Ebitda foi de R$ 5.509 bilhões, alta de 19% em comparação ao mesmo período de 2023. O resultado é explicado pelo maior preço de celulose e containerboard, maior volume vendido no segmento de papéis e embalagens e pela valorização do dólar frente ao real, a despeito do maior custo caixa no período.
A receita líquida foi de R$ 4,999 bilhões, alta de 14% na comparação com o 3T23. De janeiro a setembro, a receita líquida foi de R$ 14,377 bilhões, alta de 6% em comparação ao mesmo período de 2023, refletindo principalmente o aumento de preço da celulose em todas as fibras e de containerboard, somado ao crescimento no volume de vendas de papéis e embalagens, bem como a valorização do dólar frente ao real sobre as exportações no período. Estes efeitos mais do que compensaram a redução no volume vendido de celulose explicada anteriormente.
“O terceiro trimestre de 2024 foi marcado pela contínua melhora das condições de mercado nos segmentos de papéis e embalagens observadas desde o início do ano, porém parcialmente refletidas nos resultados da Companhia devido aos problemas logísticos que seguem afetando as operações de containers nos portos do sul e sudeste do Brasil. No setor de celulose, o segmento de tissue continuou a operar com boas taxas de ocupação de máquina nos mercados da América Latina, Europa e EUA, enquanto os segmentos de imprimir & escrever e algumas especialidades seguiram desaquecidos. Nesse contexto, os preços nas regiões que seguem a referência Europa (Brasil incluso), subiram em média 2% na fibra curta e 7% na fibra longa em relação ao 2T24”, detalhou a companhia.
O volume total de produção foi de 984 mil toneladas no 3T24, redução de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. O volume de produção de celulose totalizou 320 mil toneladas no 3T24, redução de 24% na comparação com o mesmo período do ano anterior, reflexo da parada geral de manutenção programada na unidade de Ortigueira realizada em julho de 2024. Além disso, em agosto, houve uma parada pontual de 6 dias para manutenção da caldeira de recuperação 1 que impactou a produção de celulose. As atividades foram retomadas e a fábrica opera normalmente.
A produção de papel-cartão no terceiro trimestre de 2024 foi de 221 mil toneladas, 22% superior ao 3T23. O aumento se deve ao ramp-up da MP28 que produziu 29 mil toneladas de papel-cartão no período, impactado pelo efeito da parada geral na unidade de Ortigueira. Em containerboard, o volume de produção no 3T24 foi de 444 mil toneladas, 4% maior versus o 3T23. Este crescimento é resultado do ramp-up da MP27 e da MP28, afetado também pelo efeito da parada geral na unidade de Ortigueira.
Desde o início de 2024, a Klabin religou as máquinas de papel que estavam paradas por questões mercadológicas: MP1 (Monte Alegre), que produz kraftliner, religada em janeiro de 2024 e MP17 (Goiana), que produz reciclado, religada em junho de 2024. As máquinas de reciclado, MP29 (Paulínia) e MP30 (Franco da Rocha), seguem paradas.
Em celulose, o volume comercializado foi de 321 mil toneladas no 3T24, redução de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, como consequência do menor volume produzido, conforme explicado anteriormente.
Em papéis, o volume de vendas de papel-cartão foi de 207 mil toneladas no 3T24, aumento de 25% em relação ao 3T23, impulsionado pelo ramp-up da MP28. Em containerboard, o volume de vendas foi de 133 mil toneladas no 3T24, 31% superior em relação ao 3T23, beneficiado pelo ramp-up da MP27 e MP28 e impactado pelo carryover por problemas logísticos na operação de containers.
Em embalagens, o volume de vendas de papelão ondulado da Klabin no 3T24, medido em m2, apresentou aumento de 5,3%, em relação ao 3T23, enquanto em toneladas o crescimento foi de 4,0%. Este crescimento foi impulsionado pelo maior volume vendido nos segmentos de frutas, proteínas e higiene & limpeza.
O volume de vendas de sacos no 3T24 apresentou redução de 3% em relação ao 3T23, explicado principalmente pelo carryover de parte do volume do mercado externo por problemas logísticos mencionados anteriormente.
O endividamento bruto em 30 de setembro de 2024 foi de R$ 37,001 bilhões, aumento de R$ 285 milhões em relação ao final do 2T24. Este aumento é explicado, majoritariamente, pela captação líquida de recursos realizada no trimestre no valor de R$ 623 milhões, sendo R$ 1,5 bilhão referente à emissão de debêntures conforme divulgado em Fato Relevante de 27 de agosto de 2024, R$ 350 milhões referente a amortização antecipada de nota de crédito de exportação e outras amortizações no período, além da desvalorização do dólar frente ao real sobre o endividamento em moeda estrangeira.
O endividamento líquido, consolidado em 30 de setembro de 2024, totalizou R$ 29,503 bilhões, aumento de R$ 5,747 bilhões em relação ao final do 2T24, refletindo principalmente o pagamento do Projeto Caetê, superior ao efeito positivo da desvalorização do dólar americano frente ao real sobre o endividamento em moeda estrangeira. A relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado medida em dólares, que melhor reflete o perfil de alavancagem financeira da Klabin, encerrou o 3T24 em 3,9 vezes.
O retorno consolidado da Klabin, medido pela métrica de Return on Invested Capital (ROIC), foi de 11,0% no 3T24, redução de 2,4 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa retração se deve majoritariamente ao aumento do capital investido. O capital investido do 3T24 foi impactado principalmente pelo aumento no Ativo Total, reflexo da incorporação dos ativos do Projeto Caetê, além da imobilização dos investimentos da segunda fase do Projeto Puma II e do Projeto Figueira. Esse efeito foi, em parte, mitigado pelo aumento de 9% do Fluxo de Caixa Operacional Ajustado, impulsionado principalmente pelo crescimento do EBITDA Ajustado.