Lucro líquido da Localiza cai 19% no primeiro trimestre e soma R$ 604,6 milhões

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São Paulo – O lucro líquido da Localiza reduziu 19% no primeiro trimestre de 2023, em relação a igual período do ano passado, para R$ 604,6 milhões, refletindo aumento do ebitda e contribuição da redução no imposto de renda e contribuição social, além de impacto negativo de despesas financeiras líquidas de R$ 321,9 milhões e R$177,3 milhões de aumento na depreciação de carros e outros, em linha com o processo de normalização do Seminovos, segundo o relatório de resultados da companhia.

Em bases ajustadas, o lucro contábil foi de R$ 521,6 milhões, queda 27,1% na comparação anual.

Já a receita líquida subiu 52,2% na mesma comparação, somando R$ 6,8 bilhões no período. A receita líquida de aluguéis apresentou crescimento de 26,7%, sendo 10,2% na divisão de Aluguel de Carros e 58,6% na divisão de Gestão de Frotas. A receita de Seminovos somou R$ 3,4 bilhões no trimestre, aumento de 90,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, resultado do aumento expressivo nas vendas de Seminovos, dando sequência ao movimento de aceleração da renovação da frota.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre, alta de 39,9% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Nesse trimestre, a companhia teve gastos residuais de R$ 3,3 milhões com a integração com a Unidas, não mais considerados nos ajustes.

No 1T23, a margem ebitda da divisão de Aluguel de Carros foi 66,1%, avanço de 5,1 p.p. em relação a margem ajustada do 4T22, devido principalmente: (i) menores custos de manutenção em razão do avanço no processo de renovação da frota (ii) menores custos de mobilização, pelo menor volume de carros comprados, (iii) menores gastos com consultoria e publicidade, (iv) adesão ao Programa Litígio Zero (v) além de melhora na PDD, após a equalização das práticas.

A divisão de Gestão de Frotas apresentou margem de 76,2%, no 1T23, positivamente impactada pelo efeito da aceleração da depreciação para efeitos fiscais, aumentando a tomada de crédito de PIS/COFINS. Excluindo-se os efeitos tributários da aceleração de crédito do período (R$79,6 milhões) e os gastos com novas iniciativas (R$9,1 milhões entre receita e custo), a margem seria de 73,3%, avanço de 6,8p.p. em relação ao 4T22. O avanço da margem no comparativo sequencial é explicado, principalmente, (i) pelo aumento do volume e da diária média, (ii) redução dos custos de manutenção, (iii) adesão ao Programa Litígio Zero e (iv) redução na PDD, após a equalização das práticas.

O forte avanço das margens do Aluguel de Carros e Gestão de Frotas, vem compensando a continuidade do ciclo de normalização da margem de Seminovos, que alcançou 6,4% no 1T23. Em Seminovos, gastos com novas iniciativas impactaram a margem negativamente em 0,3p.p. Por outro lado, a aceleração do volume de vendas, refletiu na diluição do SG&A de 7,4% para 4,9% da receita líquida, em comparação ao 4T22.

A dívida líquida da companhia era de R$ 28,3 bilhões ao final de março, alta de 8,5% ou R$ 2,2 bilhões na comparação com a dívida de R$ 26,1 bilhões em 31 de dezembro de 2022, explicado, principalmente, pelo capex de renovação da frota, redução na conta de montadoras e aumento das despesas financeiras.

A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda anualizado, encerrou o período em 3,19 vezes, revertendo a tendência de alta dos últimos trimestres.

“Ao longo deste ano, continuaremos focados na agenda de ganhos de eficiência buscando maior utilização global da frota, além da captura de sinergias e diluição de custos fixos, que contribuirão para a redução da alavancagem”, escreveu a empresa.