Lucro líquido da Rede D’Or recua 32,7% no 4° trimestre de 2022

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São Paulo, SP – A Rede Dor divulgou ontem (27) o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 282,5 milhões, queda de 32,7% na comparação com o mesmo período de 2021. No ano de 2022, o lucro líquido foi de R$ 1,26 bilhão, recuou de 24,8% em relação a 2021.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou em R$ 1,21 bilhão, queda de 3,6% em relação ao último trimestre de 2021. A receita líquida foi de R$ 5,75 bilhões, alta de 12% em comparação ao quarto trimestre de 2021. O Ebitda ajustada foi de R$ 1,35 bilhão, alta de 5,3% na comparação com o quarto trimestre de 2021. A margem Ebitda chegou a 21,1% contra 24,6% e de comparação.

Segundo o balanço, o resultado em comparação ao último trimestre de 2021 foi impactado pelo efeito contábil positivo registrado no último trimestre de 2021, relacionado à aquisição em etapas (step acquisition) da GSH Corp. Participações S.A.. Desconsiderando-se a linha outros não recorrentes e/ou não operacionais, que inclui este efeito, o Ebitda teria apresentado aumento de 8,9% no comparativo.

A receita líquida foi de R$ 5,75 bilhões, alta de 12% em relação ao último trimestre de 2021. O resultado financeiro foi negativo em R$ 701,5 milhões no trimestre, apresentando piora de 51,5% quando comparado ao quarto trimestre de 2021. No acumulado do ano, o resultado financeiro foi negativo em R$ 2,57 bilhões, com piora de 57,3% frente a 2021.

A piora no resultado financeiro está relacionada, à elevação das taxas de juros, em especial o CDI, que encerrou quarto trimestre de 2022 em 3,25% (vs. 1,84% no quarto trimestre de 2021 e 3,31% no terceiro trimestre de 2022), e ao aumento do endividamento médio, detalhado nas páginas 27-28. No ano, o CDI acumulado foi de 12,37% (vs. 4,40% em 2021).

Ao final do último trimestre de 2022, o saldo consolidado da dívida bruta da companhia foi de R$ 32,5 bilhões, registrando expansão de 13,5% frente a set/22 devido, principalmente, à incorporação da SulAmérica, cujo saldo de dívida bruta foi de R$ 2,77 bilhões ao final do período.

Em relação ao perfil da dívida bruta, o prazo médio recuou para 5,4 anos em dez/22 (ante 5,8 anos em set/22), enquanto o custo médio da dívida bruta permaneceu estável no período, equivalente a CDI + 0,7% a.a. Considerando apenas a posição da Rede DOr em dez/22, o custo médio da dívida ficou em CDI + 0,6% a.a., com prazo médio de 5,6 anos.

A Rede DOr terminou 2022 com 11.487 leitos totais um incremento de 441 leitos frente ao trimestre anterior e 8,2% acima do valor registrado ao final de 2021. O principal investimento responsável pelo aumento do número de leitos totais no trimestre foi a entrega das obras do Hospital São Luiz Campinas.

Ao fim do quarto trimestre de 2022, 9.469 leitos estavam em operação; 523 leitos operacionais a mais que ao final do mesmo período do ano anterior, e 144 abaixo do terceiro trimestre de 2022 em razão da queda de volumes tipicamente sazonal ao final do ano.

A taxa de ocupação dos leitos hospitalares da Rede DOr atingiu 76,9%, 0,4 p.p. acima da ocupação registrada no quarto trimestre de 2021. Em comparação ao trimestre anterior, a taxa de ocupação apresentou queda de 2,6 p.p., seguindo a tendência sazonal histórica.

No ano, a taxa média de ocupação de leitos hospitalares alcançou 79,3%, igualando a média registada em 2021, e superando em 8,2 p.p. a marca de 2020. Adicionalmente, a taxa de ocupação de 2022 superou em 2,1 p.p. o indicador de 2019, mesmo com a adição de 2.630 leitos operacionais no período.

Segundo a companhia, a recuperação da taxa de ocupação de leitos desde abril de 2020, quando foram registrados os menores níveis mensais recentes, ilustra a gradual normalização no volume de pacientes, que voltaram a buscar as unidades de saúde conforme o estabelecimento de protocolos de segurança hospitalar para mitigar os riscos de contágio e ampla vacinação contra a Covid-19.

A Rede DOr registrou 671,2 mil diárias de internação (paciente-dia) em seus hospitais no último trimestre de 2022, um aumento de 8,9% em relação ao mesmo período de 2021, e ligeiramente abaixo do trimestre anterior atentando para o efeito da sazonalidade, que usualmente reduz os volumes de atendimento no quarto trimestre do ano. No mesmo período, foram realizadas 114,6 mil cirurgias; volume 7,1% maior quando comparado ao último trimestre de 2021.

O ticket médio, calculado a partir da receita bruta total e do número de pacientes-dia, apresentou taxa de crescimento anual composta de 7,7% desde o início da série histórica em 2015. O indicador apresentou evolução de 3,8% em relação ao quarto trimestre de 2021 e estabilidade em comparação ao terceiro trimestre de 2022 (-0,9%).