São Paulo, SP – A Rumo divulgou ontem (10) o balanço do terceiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 309 milhões, valor bem acima dos R$ 51 milhões registrados no terceiro trimestre de 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) foi de R$ 1,43 bilhão, alta de 58,2% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo a companhia, o ganho de 5% em eficiência energética mitigou parcialmente o aumento de 68% do custo de combustível, que juntamente com o maior volume transportado no trimestre elevaram o custo variável em 76%. Os custos fixos e despesas gerais e administrativas subiram 8,1%, em linha com a inflação no período.
A receita líquida totalizou R$ 2,9 bilhões, alta de 50,1% em relação ao mesmo período de 2021, como consequência do aumento de 23,8% no volume e 23,2% na tarifa. A melhora da receita se deu em todas as operações, sendo 58,8% na Operação Norte, 21,2% na Operação Sul e 49,5% na Operação de Contêineres.
A dívida abrangente líquida ficou em R$ 9,7 bilhões e a alavancagem financeira reduziu para 2,4x dívida líquida abrangente/EBITDA LTM.
O resultado financeiro teve um incremento de R$ 253 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. O custo da dívida abrangente líquida foi maior principalmente pelo
reflexo no aumento do CDI e índices de inflação, principais indexadores das dívidas, bem como um pequeno incremento na dívida líquida. Os passivos de concessão e arrendamento da companhia também foram impactados pela variação nos índices supracitados.
O endividamento abrangente bruto foi de R$ 17,2 bilhões, 0,6% acima do segundo trimestre, refletindo majoritariamente o accrual de juros sobre as dívidas vigentes. O
endividamento líquido manteve-se em R$ 9,7 bilhões. Com isso, a alavancagem apresentou melhora para 2,4x, em função do EBITDA (dívida líquida abrangente/EBITDA LTM).
O volume transportado alcançou 20,3 bilhões de TKU, 23,8% acima do mesmo período do ano anterior. Este resultado é consequência de uma maior safra de milho, de uma sazonalidade de exportação cadenciada, do ramp-up da Malha Central e da melhor performance operacional, que permitiu ganhos de capacidade.
Com isso, houve crescimento de 27,4% no segmento de produtos agrícolas no consolidado, principalmente do milho, que subiu 60,2%. A performance da Operação Norte evoluiu
32,5%, impulsionada pela melhora de 34,2% em produtos agrícolas, que cresceram 20,4% nas Malhas Norte e Paulista, e mais do que dobraram na Malha Central, que se destacou em produtos agrícolas e iniciou o transporte de açúcar e fertilizantes.
A Operação Sul apresentou estabilidade, ainda impactada pela quebra de safra de soja, que foi compensada pela recuperação do volume de milho frente ao ano anterior.
O mercado de exportações via porto de Santos cresceu 4,4 milhões de toneladas em relação ao cenário de quebra de safra em 2021, das quais aproximadamente 2,7 milhões foram absorvidas pela Rumo, que cresceu 50,3%. A redução de 3,5 p.p de market share de grãos exportados pelo Porto de Santos (SP) em relação ao terceiro trimestre de 2021, reflexo da menor demanda por logística durante a quebra de safra de milho de 2021, que requereu uma atuação comercialmente mais agressiva por parte da companhia para maximizar a margem de contribuição, resultando em um maior nível de market share.
O capex foi de R$ 607 milhões, redução de 21,6% em relação ao terceiro trimestre de 2021, em linha com o guidance divulgado ao mercado. O capex recorrente no trimestre foi
de R$ 296 milhões, 11,8% acima do terceiro trimestre, recuperando o menor nível apresentado no primeiro trimestre em função de phasing e conforme o planejado para o ano. O capex de expansão alcançou R$ 311 milhões, o que representa uma redução de 39% em relação ao mesmo período de 2021.
PROJEÇÕES
A Rumo divulgou também a revisão de suas projeções para 2022. A estimativa de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado passou de R$ 4,1 bilhões a R$ 4,5 bilhões, para o intervalo entre R$ 4,45 bilhões e R$ 4,60 bilhões.
A projeção para o volume transportado no ano foi de 72 bilhões a 76 bilhões de toneladas por quilômetro útil, para 74,5 bilhões a 76 bilhões. O capex manteve o mesmo número,
entre R$ 2,7 bilhões e R$ 2,9 bilhões.