São Paulo, SP – A Itausa divulgou ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2023, com lucro líquido recorrente de R$ 3,4 bilhões, alta de 14,5% em relação ao no mesmo período do ano passado.
Segundo a companhia, o resultado é reflexo, principalmente, do melhor resultado das investidas reconhecido pela Itaúsa e pela alienação de ações da XP, a qual contribuiu positivamente no resultado em R$ 409 milhões. Se desconsiderados os efeitos da alienação de ações da XP nos resultados do segundo trimestre, o lucro líquido teria representado aumento de 4% (R$ 3,185 bilhões ajustados).
O resultado recorrente proveniente das empresas investidas, refletido na Itaúsa foi de R$ 3,4 bilhões, aumento de 4% em relação ao ano anterior, reflexo principalmente do resultado consistente do seu portfólio de investimentos.
O resultado financeiro atingiu R$ 160 milhões negativos. A piora em R$ 22 milhões decorreu principalmente do aumento das despesas com juros em função da alta da taxa básica de juros no período e do maior endividamento bruto em decorrência da quinta emissão de debêntures, ocorrida em agosto de 2022, para financiar a aquisição de participação na CCR e reforçar o caixa da holding.
“Este efeito negativo foi parcialmente compensado pela liquidação antecipada da segunda emissão de debêntures e da segunda série da quinta emissão de debêntures em dezembro de 2022 e pela maior rentabilidade do caixa no período”, explicou a Itausa.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente médio foi de 18,3%, alta de 0,3% ponto percentual na comparação com o segundo trimestre de 2022. Os ativos totais fecharam em R$ 88,4 bilhões, alta de 16,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
A alavancagem da companhia no fim do segundo trimestre foi de 3,2% (dívida líquida de R$ 2,8 bilhões sobre o passivo total + patrimônio líquido de R$ 88,4 bilhões) e 2,4% sobre o valor de mercado do portfólio (dívida líquida de R$ 2,8 bilhões sobre o Net Asset Value
(NAV) de R$ 115,2 bilhões). O saldo de caixa encerrou em R$ 3,849 bilhões, com destaque para os proventos recebidos do setor financeiro de R$ 1,784 bilhões, alienação de 12 milhões de ações da XP com impacto no caixa de R$ 1,112 bilhão e o pagamento de proventos pela Itaúsa a seus acionistas no montante de R$ 1,603 bilhão.
Se considerarmos a alienação de 5,6 milhões de ações da XP realizada em julho e o valor das 17,9 milhões de ações remanescentes da XP, as quais são importante fonte de
liquidez, o caixa pro forma da Itaúsa totalizaria R$ 6,6 bilhões.
As despesas administrativas totalizaram R$ 43 milhões. A redução de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior deve-se principalmente por menores despesas relacionadas a novos negócios, dado que a companhia não tem realizado novos investimentos.
As despesas tributárias atingiram R$ 114 milhões, aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tais despesas refletem, essencialmente, os impostos de PIS/COFINS incidentes nas declarações de JCP realizadas pelo Itaú Unibanco no período. O ganho de capital com a alienação de ações da XP Inc. totalizou R$ 409 milhões, fato que não ocorreu no segundo trimestre de 2022.