Lula agradece governadores e diz que encontro visa estabelecer uma nova relação

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Brasília, 27 de janeiro de 2023 –

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou o seu discurso de abertura da reunião com os governadores agradecendo a presença dos representantes das unidades federativas e afirmando que o encontro visa estabelecer uma nova relação com os entes federados deste país. “Se permitem quero chamá-los de companheiros e de amigos. Porque essa reunião era para ter acontecido nos primeiros 10 dias depois da minha posse”.

 

Segundo Lula, o objetivo do encontro é tentar fazer com que o Brasil volte a normalidade, “em que conversar não é proibido, reivindicar não é proibido, se queixar não é proibido”. Em alusão ao seu antecessor, Jair Bolsonaro, o atual presidente disse que não há sentido “o presidente ir a um estado e não visitar o governador, porque pertence a um partido diferente ou porque houve divergências em uma campanha eleitoral”.

 

O presidente disse que ao virar governante “você tem que ter um comportamento minimamente civilizado em relação aos entes federados, que compartilham da governança para que esse país possa dar certo”. Lula afirmou que o encontro tem como objetivo ouvir os governadores. “Sabemos que cada governador tem as suas demandas locais, sabemos que os governadores querem discutir uma série de coisas”.

 

Lula frisou que uma dessas demandas é a questão do ICMS e que esta é “uma coisa que está na cabeça de vocês desde que foi aprovada pelo Congresso Nacional e é uma coisa que nós vamos ter que discutir. Nós podemos acertar, dizer o que pode e o que não pode, mas a gente não vai deixar de discutir nenhum assunto com vocês.

 

Lula disse ainda que quer ouvir dos governadores sobre as questões prioritárias de cada estado. “Cada governador ou governadora já tem uma demanda, já tem na cabeça aquilo que ele pretende fazer. E nós, vocês sabem, não temos o orçamento que desejávamos ter”, ressalvou, o presidente, lembrando que o orçamento foi feito pelo governo anterior.

 

Lula destacou que antes mesmo de assumir o governo teve que articular uma PEC para complementar o orçamento do ex-presidente “que não tinha colocado dinheiro suficiente para pagar as coisas que já tinham compromisso de pagar”. Segundo Lula, a PEC vai dar fôlego ao governo para cumprir com os compromissos sociais prometidos durante a campanha. “Mas sabemos que vocês têm obras que consideram prioritárias”.

 

O presidente disse que o governo vai compartilhar com os estados a responsabilidade de retomar as obras prioritárias. Lula disse ainda que o BNDES vai fazer parte desse processo. “O BNDES vai voltar a ser um banco de desenvolvimento e, se for necessário, vai emprestar dinheiro para que os governadores possam concluir obrar consideradas inevitáveis para o estado. É esse o papel do BNDES e foi esse nos meus antigos governos e voltará a ser”. Lula incluiu o Banco do Nordeste neste papel de financiador, lembrando que faz muito tempo que a instituição não consegue ajudar os estados. “O banco vai voltar a emprestar para o governador, desde que as contas estejam equilibradas e que possa fazer dívidas”.

 

O presidente disse ainda, que ao final do encontro, vai fazer propostas de trabalho aos governadores. “Não há da parte do presidente da República, do vice-presidente nem um veto a qualquer companheiro ou companheira que queira conversar. A porta desse Palácio estará aberta a todo governador e governadora que tiver uma demanda que precisa ser discutida”.

 

Lula destacou a intenção de governar de forma civilizada com os governadores, como forma de resgatar a paz no país. “Nós precisamos garantir ao povo brasileiro que a disseminação do ódio acabou. Precisamos mostrar que o que aconteceu no dia 8 de janeiro não voltará a acontecer, porque não é próprio da democracia aquela barbárie”.

 

O presidente afirmou que vai recuperar a democracia do país e que a essencialidade da democracia é “a gente falar o que quer, desde que não obstrua o direito do outro falar”. O presidente acrescentou que vai trabalhar para que os três poderes voltem a fazer o seu papel. “Inclusive eu tenho um pedido para que os líderes dos partidos parem de judicializar a política”. Ao finalizar o discurso, Lula reiterou que o Brasil precisa voltar à normalidade e que vai visitar o gabinete de todos governadores em suas visitas aos estados. “A não ser que o governador não queira. Se ele não quiser, eu também não vou invadir. Não farei que nem os terroristas”, conclui, fazendo mais uma vez alusão ao 8 de janeiro.

 

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