Lula assina decretos de posse do presidente e diretores do Banco Central, diz Haddad

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), concedem entrevista à imprensa em Washington D.C.. Foto: Diogo Zacarias/MF (22/10/2024).

São Paulo, 30 de dezembro de 2024 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em rápida entrevista a jornalistas nesta segunda-feira, disse que o presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou os decretos de posse de Gabriel Galípolo ao cargo de presidente do Banco Central e dos diretores nomeados, em ato no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta tarde.

“Hoje foi a assinatura dos decretos de posse, foi um um ato formal do presidente, de nomeação. Mas ele foi apresentado aos diretores. Os diretores novos, ele ele nomeou mas não os conhecia. Quem entrevistou foi o Galípolo. E aí, hoje eles foram conhecer o presidente, na ocasião em que ele assinou os decretos de nomeação”, explicou Haddad.

Mais cedo, o Banco Central informou que o decreto de nomeação do presidente e dos novos diretores do Banco Central poderia ser assinado hoje, mas que a informação teria que ser dada pela Presidência da República. A posse do presidente e dos diretores ocorrerá depois da publicação do decreto de nomeação no Diário Oficial da União (DOU) e somente a partir de 1 de janeiro de 2025, conforme a Lei Complementar 179/21, explicou o órgão.

Em relação à expectativa em relação ao dólar, o ministro da Fazenda disse que o câmbio não é fixo no Brasil e que o dólar termina 2024 muito forte no mundo todo. “Eu penso que as intervenções do Banco Central foram corretas, no sentido de afastar um pouco… de dar liquidez, para quem estava eventualmente fazendo remessa, enquanto o mercado processava as informações a respeito das medidas fiscais. Então, eu penso que foi um movimento correto do Banco Central.”

Em relação à informação de que as estatais estão dando um rombo recorde, Haddad disse que as notícias sobre o assunto estão incorretas porque “a contabilidade das estatais não é a mesma da contabilidade pública”.

“Às vezes o a contabilidade das estatais, não é a mesma da contabilidade pública. Quando há investimento, aparece como déficit o que não é”, exemplificou, acrescentando que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos já deu explicações à imprensa, corrigindo a informação. O comentário refere-se à informação divulgada na manhã de hoje de que as empresas públicas federais registraram um deficit de R$ 6,04 bilhões no acumulado de janeiro a novembro deste ano. Esse é o maior valor para o período da série histórica, iniciada em 2002, segundo dados do relatório de Estatísticas Fiscais do Banco Central.

Em relação à sanção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que sairá amanhã (31/12), o ministro disse que não terá vetos da Fazenda, mas que os outros ministérios são ouvidos, sobretudo o do Planejamento, que formula a peça orçamentária e a lei de diretrizes orçamentárias.