Lula critica privatizações em inauguração de complexo da Petrobras em Itaboraí (RJ)

81
O presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na cerimônia de inauguração do Complexo de Energias Boaventura, da Petrobras (13.09.2024). Foto: Ricardo Botelho/MME.

São Paulo, 13 de setembro de 2024 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na cerimônia de inauguração do Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), nesta sexta-feira, voltou a criticar as privatizações da Vale e da Eletrobras, e afirmou que a Petrobras vai continuar a crescer e gerar riqueza para o povo brasileiro. O presidente questionou quais foram os benefícios que o consumidor brasileiro recebeu com a privatização das duas companhias e com a venda de ativos da Petrobras.

“Quantas vezes já tentaram privatizar a Petrobras, mudar o nome da Petrobras. Quem pensa assim é um bando de imbecil. Eles perceberam que não conseguiriam privatizar a empresa, então começaram a se desfazer dos ativos. A Petrobras é uma companhia de energia, não é simplesmente uma produtora de gás e petróleo. Ela vai estar sempre preparada para produzir aquilo que for necessário para continuar ajudando o Brasil a crescer e se desenvolver”, afirmou Lula.

O presidente ressaltou que o país precisa aprender a colocar valor agregado nas coisas que produz, e deixar de ter complexo de vira-lata. Para o presidente, a inauguração do Complexo de Energias Boaventura é um exemplo do que o povo brasileiro consegue fazer quando há investimentos, mão de obra especializada e consciência de que é possível acreditar em um sonho e prossegui-lo.

“Temos que entender que não devemos ser apenas um mero importador de tudo. O Brasil tem que gostar de ser grande, tem que compreender que sua força está nas mãos dos trabalhadores deste país. É preciso valorizar a mão de obra, investir em educação, em capacitação e, com isso, melhorar a vida do povo brasileiro”, destacou o presidente.

Ministro Alexandre Silveira celebra investimento da Petrobras em gás

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em discurso na cerimônia de inauguração do Complexo de Energias Boaventura, (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), nesta sexta-feira, destacou o papel das políticas públicas anunciadas recentemente pelo governo federal para fomentar o gás natural no País e a participação da Petrobras nessa estratégia.

“Parabenizo a amiga Magda (Chambriard, presidente da Petrobras), por sua liderança e plano de investimentos”, iniciou o ministro, em sua fala na cerimônia. “A Petrobras é empresa de petróleo e gás, cultura e geração de emprego e renda. Defender a Petrobras é defender o Brasil.”

Silveira disse que a antecipação do Rota 3 é uma entrega do Gás para Empregar. Em referência à paralisação das obras em decorrência das investigações da Operação Lava Jato sobre as denúncias de corrupção por indícios de sobrepreço nas obras, o ministro disse: “Se não tivéssemos paralisado os investimentos, teríamos produzidos R$ 7 bi em diesel.”

“Anunciamos investimentos na fábrica de fertilizantes e agora o Brasil não fica mais à mercê do mercado internacional. Se alguém ainda tem dúvida das nossas políticas públicas, basta ver a magnitude desse complexo.”

Segundo Silveira, “é o gás que vai garantir a nossa independência, a produção alimentar e a nossa segurança energética. As políticas públicas de reindustrialização passam pelo uso do gás natural.”

“Se for viável e estrategicamente relevante, vamos explorar esses recursos de forma sustentável. Teremos mais gás natural para a produção de fertilizantes e outros produtos.”

Por fim, o ministro de Minas e Energia disse que essas políticas vão gerar empregos e aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “Presidente Lula, graças a deus o senhor voltou com todo o gás.”

Presidente da Petrobras ressalta investimento de R$ 20 bilhões no complexo

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em discurso na cerimônia de inauguração do Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), nesta sexta-feira, disse que o investimento da companhia na unidade é de R$ 20 bilhões e reduzirá a dependência de importações de combustíveis, como o Querosene de Aviação (QAV) e aumentar a produção de produtos com baixíssimo teor de enxofre. “Vamos investir R$ 7 bi só na ampliação da Reduc”, disse a CEO da Petrobras.

A presidente da Petrobras também anunciou um investimento de R$ 340 milhões em um programa de qualificação profissional em parceria com Senai, Sesi e Sebrae.

“Vamos qualificar 20 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e áreas de abrangência do complexo. Estamos produzindo combustível para pagar transição energética e acesso social”, disse Chambriard.

COMPLEXO

O polo industrial é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país e receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará operação.

O Projeto Integrado Rota 3 vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de metros cúbicos (m3) por dia e o processamento, pela UPGN, de até 21 milhões de m3 por dia de gás natural e, com isso, aumentar a oferta para o mercado nacional, reduzindo a dependência de importações. As obras de implementação do projeto criaram cerca de 10 mil postos de trabalho.

Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobras está trabalhando em projetos no Complexo, que incluem duas termelétricas a gás, para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.

Procedimentos de partida da UPGN

A Petrobras obteve, em 9/9, aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e iniciou os procedimentos para operação da planta de processamento de gás. Estão sendo realizadas as etapas finais de preparo da unidade, com a calibração de processos e equipamentos. Nessa fase, o gás ainda não é disponibilizado para o mercado.

O início das operações comerciais está previsto para a primeira quinzena de outubro. O Complexo conta com mais de 600 profissionais, entre próprios e terceirizados, envolvidos diretamente na operação, manutenção de equipamentos e suporte operacional do gasoduto e das plantas de processamento de gás e de utilidades.

Homenagem

Como forma de homenagear a história da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, a Petrobras passa a nomear o polo industrial onde está instalada a UPGN como Complexo de Energias Boaventura, em referência ao Convento São Boaventura, localizado dentro da unidade e considerado umas das primeiras construções da região conhecida hoje como o município de Itaboraí. As ruínas do convento foram conservadas pela companhia.

Após a conclusão das obras de todo o Complexo, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1). A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).

Com Emerson Lopes / Safras News

Copyright 2024 – Grupo CMA