Presidente afirma que Brasil parou de crescer e passou a andar para trás

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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil parou de crescer e passou a andar para trás após os governos petistas. “Eu não sei que desgraça foi feita, não que mão desgramada colocou a mão neste país que este país parou de andar para a frente e este país passou a voltar para trás”, disse Lula, nesta sexta-feira, na entrega de 1.440 moradias do Minha Casa Minha Vida, em Rondonópolis (MT).

“Este país deixou de ser o país da alegria, deixou de ser o país da verdade, deixou de ser o país do crescimento, deixou de ser o país da distribuição de renda, para ser o país da mentira, o país do ódio, o país da provocação”, completou.

Para Lula, em seus primeiros mandatos (2003/2010), o país viveu o melhor tempo de desenvolvimento. O presidente disse que, naquele período, a economia brasileira cresceu a 7,5% ao ano, o varejo teve nível de crescimento de 13%, o salário mínimo aumentou 74% e a massa salarial subia acima da inflação.

“Quando eu deixei a Presidência da República em 2010, este país era a sexta economia do mundo. Eu cansei de dizer para os franceses e para os ingleses: se preparem que a gente vai passar vocês”, afirmou.

O presidente citou o assassinato de sete pessoas em Sinop (MT) por causa de um jogo de sinuca. “O país foi tomado pela violência, porque a mentira predominou, o ódio predominou, quando o Brasil estava habituado a ser uma sociedade fraterna, uma sociedade que gosta de música, que gosta de dança, que gosta de futebol, que gosta de carnaval, que gosta de trabalhar, que gosta de fazer seu churrasquinho no fim de semana, que gosta de viver decentemente”, afirmou.

“Este país foi tomado pelo ódio e eu tenho o compromisso de restabelecer a fraternidade neste país”, completou.

PARTIDO POLÍTICO

No palanque com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, e com o prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, o presidente reiterou que vai atender prefeitos e governadores independentemente do partido político. Acompanharam Lula, além de Janja Lula da Silva, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Jader Barbalho Filho (Cidades) e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

No evento, o presidente anunciou a retomada da segunda etapa do conjunto habitacional, com 1.152 unidades. Contratado em julho de 2013, o residencial Celina Bezerra estava entre as 186 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida(Faixa 1) não concluídas até janeiro de 2023.

“Em 2013 começou a ser feito. Este conjunto já era para ter sido acabado. Vocês se lembram do golpe que deram na presidenta Dilma [Rousseff] para tirá-la do governo? Vocês se lembram que inventaram algo chamado ‘Ponte para o Futuro’? Era preciso tirar a Dilma para este país voltar a crescer”, afirmou Lula.

“Eu vou dizer o que aconteceu: este conjunto, que era para ser inaugurado em 2014, está sendo inaugurado em 2023, exatamente pelo presidente do PT, pelo presidente que começou este programa”, completou.

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

O presidente voltou a dizer que o Brasil, como maior produtor de alimentos do mundo, não pode permitir que a população passe fome. “O Brasil produz alimentos suficientes para seu povo. Os avanços da genética, os avanços tecnológicos fizeram com que o Brasil se transformasse neste extraordinário país produtor. Por que as pessoas passam fome? As pessoas passam fome porque não têm dinheiro para comprar os alimentos necessários”, afirmou.

Interrompido com gritos de “picanha”, Lula afirmou que o governo terá dificuldades para consertar o país. “Vai levar um tempo para a gente consertar este país. Não é uma coisa tão fácil. A gente pegou este país semidestruído”, afirmou Lula, acrescentando que o preço da carne caiu 15% neste ano.

No discurso, o presidente condenou a violência contra as mulheres e prometeu rigor na punição de homens agressores. “Não é possível que tenha aumentado a violência contra a mulher. “A mão de um homem foi feita para trabalhar ou foi feita para fazer carinho, não foi feita para bater em mulher”, afirmou.

“Que canalha é esse que tem coragem de levantar a mão para bater na sua mulher? Que canalha é esse que tem coragem de expulsar a mulher de dentro de casa? A violência contra a mulher é a maior do que em qualquer outro tempo. E nós vamos ser muito duros com isso. Se o cidadão não respeitar as mulheres, a lei vai para cima dele com tudo, para ele saber que lugar de homem que bate em mulher é na cadeia”, completou.