Lula está bem, e faz apelo para que medidas econômicas não sejam desidratadas, diz Haddad

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), concedem entrevista à imprensa em Washington D.C.. Foto: Diogo Zacarias/MF (22/10/2024).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua casa, em São Paulo, onde ele se recupera de procedimentos feitos na cabeça. Haddad disse que conversou com Lula sobre os desdobramentos da aprovação da Reforma tributária, minirreforma econômica e do orçamento.

“Coloquei ele a par da situação destas medidas, no Senado e na Câmara, para que ele possa julgar a conveniência de tomar alguma providência, dar algum telefonema para acelerar as coisas”, disse. “Discutimos alguns detalhes que preocupavam mais, a questão das armas foi discutida, das bebidas açucaradas, e alguns outros temas. Expus todos os detalhes do que foi alterado, para que ele pudesse julgar a conveniência de conversar com os líderes da base”.

Haddad disse que falou sobre ‘o estado da arte’ da Reforma Tributária, que está para ser decidido pela Câmara em caráter definitivo. “Apresentei para ele os relatores, como estamos tentando encaminhar, a necessidade de votação nesta semana, para que a reforma tributária possa ser sancionada esse ano, com conciliação entre Senado e Câmara em torno do que foi alterado”.

Segundo o ministro, Lula apelou para que as medidas não sejam desidratadas. “Temos um conjunto de medidas que garantem a robustez do arcabouço fiscal. Estamos convencidos de que vamos cumprir as metas fiscais dos próximos anos, para surpresa de alguns, vamos cumprir a meta de 2024”.

Um dos assuntos tratados foi a retirada das armas da cobrança do imposto seletivo, o ‘imposto do pecado’. “Como não houve acordo com o governo em torno da retirada do imposto sobre as armas, pode ser que a Câmara revisite esses temas”.

Haddad disse que o superávit fiscal seria atingido em 2024 se não houvesse a continuidade do Perse e do projeto de desoneração da folha. “Se não fosse o contratempo com o Perse e a desoneração da folha, nós teríamos neste ano o superávit primário. Só não vamos ter em função dos R$ 45 bilhões de renúncia fiscal, que contraria o governo, mas que faz parte da democracia”.

Ao ser perguntado sobre uma reunião ministerial, Haddad disse que ela depende da recuperação do presidente. “A reunião ministerial está subordinada à questão da avaliação médica e das recomendações que forem feitas, as atividades do presidente estão condicionadas a esta avaliação. Me surpreendi com a disposição do presidente, ele está tranquilo”.

O ministro da Fazenda disse que a expectativa é que este conjunto de medidas seja aprovado neste ano. “O presidente Lira [Arthur Lira, presidente da Câmara de Deputados] deixou claro que as medidas serão apreciadas neste ano. Ele disse que, se precisar convocar sessão de manhã, tarde e noite, até quinta-feira, a Câmara vai estar disponível para atender ao país”.

Por fim, ao falar sobre se daria tempo de aprovar todas as medidas neste ano, ele disse “no ano passado foi igual, acho que esse é o novo normal”.