Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2025 – Em entrevista à Rádio Tupi do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que entregará tudo que prometeu ao final de seu mandato. “2025 é o ano da colheita, após dois anos de reestruturação do governo”, repetiu o presidente. O presidente voltou a apostar em crescimento da economia, prometeu medidas para aumentar crédito e garantiu que está comprometido com o fiscal.
Lula voltou a afirmar que o país cresceu 3,8% em 2024 e que continuará crescendo nos próximos dois anos. “A economia cresceu o triplo do que os analistas previam no meu governo”, afirmou, acrescentando que a inflação está razoavelmente controlada e o déficit fiscal do ano passado ficou perto do zero.
O presidente disse que o governo vai anunciar em breve três políticas de crédito para anunciar. “Temos três coisas para anunciar e logo vocês saberão. O dinheiro tem que circular na mão da população”, afirmou.
Lula reiterou ter uma experiência rica sobre o fiscal. Classificou como uma bobagem as declarações de que o atual governo não tem compromisso fiscal. Segundo ele, quem diz que o governo não tem cuidado com a questão fiscal quer ganhar com especulação. “Não é a primeira vez que governo e ninguém tem mais compromisso fiscal do que eu. O ministro Haddad quer cuidar da economia desse país. Eu tenho compromisso fiscal”, disse.
O presidente disse que “quem quiser trabalhar vai ter emprego nesse país”. Sobre o fato de parte dos empresários não conseguirem mão de obra, Lula afirmou que isso não é culpa do Bolsa Família, mas sim dos baixos salários oferecidos.
O presidente disse ainda querer o quanto antes aprovar a PEC da Segurança Pública, mas que a tramitação depende do Congresso. Considerou o programa Pé de Meia uma revolução da educação e voltou a falar da necessidade de tomar medidas para baratear os preços dos alimentos.
“Os alimentos vão baixar e ficar dentro do poder aquisitivo do trabalhador. Tivemos problemas climáticos que afetaram a produção. A gripe aviária fez com que os Estados Unidos aumentassem as importações e, por isso, os preços dispararam no Brasil”, citou. “Mas o preço da carne começou a cair e vai recuar ainda mais. A segurança alimentar é um compromisso meu”, garantiu.
Lula disse que está de viagem marcada para o Japão, Vietnã e Coreia, com o objetivo de aumentar a parceria comercial. “Queremos exportar mais alimentos, mas sem que os preços internos subam. Podemos aumentar na produção sem desmatar nada”, assegurou o presidente.
Reiterou que não teve contato com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump. “Ele tem que cuidar dos Estados Unidos e não do mundo. Cada presidente comanda o seu país”, criticou. Lembrou que os Estados Unidos são um importante parceiro comercial do Brasil, mas que não dependência.
Lula evitou responder se será candidato à reeleição em 2026 e comentou sobre as especulações em torno de mudanças no governo. “Sei o time de ministros que tenho e é um time primoroso, que está trabalhando muito bem”. Disse não se incomodar com as especulações de que a primeira ministra Janja dá palpite em sua administração. “Muita gente fala em reforma ministerial sem eu falar. A decisão é minha. Na hora que achar que tenho que mudar, farei”.
Sobre a denúncia da PGR sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula disse “não ter poder de falar pela Justiça, mas pelo que li, a situação é grave”. Para o presidente, se as denúncias forem confirmadas, “tenho certeza que a única saída para Bolsonaro é ser preso”. Classificou o ex-presidente de “mentiroso contumaz” e afirmou que quem pede anistia antes mesmo de tentar provar a sua inocência está se auto condenando.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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