Lula reitera investimentos em educação e tecnologia em lançamento de laboratório de R$ 1 bi em Campinas (SP)

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O Orion, complexo laboratorial de máxima contenção biológica, que estará conectado ao Sirius. Foto: CNPEM/Divulgação

São Paulo – O presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, participou, na tarde desta quinta-feira, em Campinas (SP), do lançamento da pedra fundamental do Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. O laboratório de biossegurança máxima será único no mundo, uma vez que será integrado ao Sirius, acelerador de partículas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O Orion integra o Novo PAC e prevê o investimento de R$ 1 bilhão até 2026. No evento, ele também anunciou a continuidade do Projeto Sirius.

As ministras da Saúde, Nísia Trindade, e da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos e o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, também participaram da cerimônia.

Lula destacou os investimentos de seus governos em ciência, tecnologia e educação como uma decisão política. Ele também reiterou investimentos que o governo está fazendo em institutos federais.

O que custa mais, gastar com educação ou cadeia? É apenas uma questão de opção e não é econômica, é política. Por isso que eu fico triste quando um político não quer ser político. A coisa mais importante é saber tomar decisão política, por que ela custa caro, discursou Lula.

Por isso eu tomei a decisão de não deixar de investir em educação. A educação é o oxigênio que faltou na pandemia, prosseguiu.

No evento, o governo federal também anunciou a continuidade do Projeto Sirius.

Hoje é um dia gratificante. É um prazer ver que a árvore que você plantou está dando frutos. A coisa que mais me orgulha é ver um jovem falar que por causa do Prouni que ele é médico, que ele fez uma graduação. Eu quero agradecer a Deus de vir aqui com o Sérgio Rezende [ministro de Ciência e Tecnologia] em 2008 e falar que vamos fazer e agora voltar e falar que vamos fazer mais, afirmou.

Não podemos retroceder, temos que investir em economia forte, com ciência e tecnologia, finalizou o presidente.

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ORION

O Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, com instalações de alta e máxima contenção biológica (NB4) inéditas na América Latina. Vai abrigar técnicas analíticas e competências avançadas de bioimagens, que serão abertas à comunidade científica e órgãos públicos. Ao possibilitar o avanço do conhecimento sobre patógenos e doenças correlatas, o Orion subsidiará ações de vigilância e política em saúde, assim como o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estratégias contra epidemias.

A iniciativa integra a Nova Indústria Brasil (NIB), política do Governo Federal. Funciona como instrumento de soberania, competência e segurança nacional nos campos científico e tecnológico para pesquisa, defesa, saúde humana, animal e ambiental. A concepção fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), voltada ao atendimento de demandas prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Orion integra o Novo PAC, é financiado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e apoiado pelo Ministério da Saúde. Até junho de 2024, foram repassados R$ 240 milhões ao projeto. Estão previstos mais R$ 760 milhões até 2026.

SIRIUS

Batizado com o nome da estrela mais brilhante do céu noturno, o Sirius é um acelerador de partículas de 68 mil metros quadrados. Trata-se da maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já construída no Brasil. Um acelerador de partículas consegue revelar detalhes de estruturas de átomos. As pesquisas que a estrutura abriga têm potencial de contribuir para solucionar grandes desafios científicos e tecnológicos, como o desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tratamentos para doenças. Na área de agricultura, buscam-se novos fertilizantes, espécies mais resistentes e adaptáveis e tecnologias de cultivo. O Sirius também permite estudos para melhor aproveitamento de fontes de energia renováveis e melhores processos de extração de petróleo em águas profundas.

A primeira fase do Sirius incluiu a construção de 14 linhas de luz capazes de cobrir uma grande variedade de áreas científicas , que já estão disponíveis para a comunidade científica e tecnológica. A segunda fase integra o Novo PAC. Teve início em 2024 e abrange a construção de 10 novas linhas de luz, incluindo estações experimentais e laboratórios de apoio. Até junho de 2024, foram repassados R$ 2,25 bilhões para a Fase I e R$ 125 milhões para a Fase II. Estão previstos mais R$ 675 milhões para a conclusão da Fase II, totalizando R$ 800 milhões.